Quarta alta consecutiva

Mercado aumenta previsão de inflação em 2023: 6,04%

Foi a quarta alta seguida na expectativa de inflação desse ano, que passa agora de 6,01% para 6,04%

acessibilidade:
Foto: Marcelo Casal Jr/ ABr

Os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 6,01% para 6,04% – acima do teto da meta de inflação, que é 3,25% para 2023. A projeção está no boletim Focus desta segunda-feira, 24, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para 2024, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%.

Se confirmada a previsão, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2022, a inflação somou 5,79%.

Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro, de 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Taxa básica de juros – Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Crescimento da economia

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano também subiu: de 0,9% para 0,96%. Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) é crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.

Cotação

A expectativa para a cotação do dólar caiu de R$ 5,24 para R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu, de US$ 55,5 bilhões para US$ 57,7 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo ficou estável em US$ 52,3 bilhões.

E a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões.

Reportar Erro