Em nome da política

Presidente da ALE se desculpa por ‘espetáculo de horror’ em Alagoas

Marcelo Victor se refere à batalha judicial que fez o STF anular edital para eleição indireta para governo-tampão

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Deputado estadual Marcelo Victor (MDB-AL). Foto: Ascom ALE

Após ter sido forçado por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a reformular o edital para eleição indireta para um governo-tampão de Alagoas, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Marcelo Victor (MDB), pediu desculpas à sociedade, pela crise gerada, se referindo a reações de partidos contra inconstitucionalidades no edital para o pleito que ele mesmo publicou em 8 de abril.

Mesmo corrigido pelo STF que acolheu denúncias de inconstitucionalidades no edital anterior, Marcelo Victor avaliou que a decisão de Gilmar Mendes veio em boa hora e será cumprida na íntegra. Ao tratar do tema com o jornalista Wadson Régis, do site AL1, o presidente da ALE demonstrou satisfação por “virar a página, elegendo o novo governador e focar em trabalhar pela sociedade alagoana”.

“Nós, homens públicos, temos que ter reponsabilidade e não criar crises. Isso que fizeram não tem sentido, não é licito, não é honroso e eu peço até desculpas à sociedade, em nome da política. Promoveram um verdadeiro espetáculo de horror. Na política é preciso que se tenha estatura para exercer cargo”, disse o chefe do Legislativo de Alagoas, sem citar o próprio edital anulado por ter pontos inconstitucionais.

Horror é pelo poder

Após decisões conflitantes da Justiça de Alagoas diante de ações do PSB contestando o antigo edital, o Progressistas apresentou ao STF a arguição por descumprimento de preceito fundamental (ADPF) nº 969. E o União Brasil foi admitido pelo ministro Gilmar Mendes como parte interessada na ADPF, assim como o PSB e o MDB, sendo este último em defesa do edital original, de autoria do deputado emedebista Marcelo Victor.

Até semana passada, o presidente da ALE tratava o edital apontado como inconstitucional como “mero ato vinculado à legislação”. E chegou a demonstrar otimismo ao Diário do Poder, dizendo acreditar que não precisaria editar novo edital, para garantir que deputados elejam a nova cúpula do Executivo de Alagoas. “Fizemos a legislação observando o que já foi decidido anteriormente pelo STF”, dizia Marcelo Victor, na semana passada.

A eleição

A eleição indireta foi motivada pelas renúncias do ex-governador Renan Filho (MDB), para ser candidato a Senador neste ano, e do ex-vice-governador Luciano Barbosa (MDB), para assumir a prefeitura de Arapiraca, em 2021. Quem comanda o Executivo de Alagoas como governador interino, desde 2 de abril, quando renunciou Renan Filho, é o desembargador Klever Loureiro, por ser presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).

Mais de 20 dos 27 parlamentares já expuseram o compromisso de eleger o deputado Paulo Dantas (MDB) como governador ‘tampão’. Além de Dantas, outras 14 candidaturas individuais para governador e seis para vice haviam sido registradas, para o pleito anulado, que ocorreria no último dia 2 de maio. O vice preferido do grupo é o ex-secretário do governo de Renan Filho, Rafael Brito.

A disputa jurídica envolve grupos partidários liderados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que apoia o senador Rodrigo Cunha (União-AL) para governador nas eleições diretas de 2 de outubro; contra o grupo liderado pelo ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), e o ex-governador Renan Filho, que apostam no deputado emedebista Paulo Dantas para a sucessão no Governo de Alagoas a partir de 2023.

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