Conciliação

Em Carta, Bolsonaro diz que não teve intenção de agredir os Poderes

Documento foi definido em reunião com o ex-presidente Michel Temer

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Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos/PR
A Corte determinou, ainda, que o conteúdo contestado deve ser removido imediatamente. (Foto: Alan Santos/PR).

O presidente Jair Bolsonaro publicou, nesta quinta-feira (9), uma carta com dez pontos, em tom mais ameno e conciliador, onde esclarece o que foi dito em seus discursos no dia 7 de setembro. Segundo a carta, Bolsonaro “nunca teve a intenção de agredir os poderes” e “todos, sem exceção, devem respeitar” a harmonia.  “Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, diz o presidente.

A decisão de publicar o comunicado se deu após uma conversa com o ex-presidente Michel Temer, em Brasília, segundo revelou Eduardo Oinegue, na TV BandNews. Segundo o jornalista, o encontro entre os dois durou quase cinco horas.

Após agredir verbalmente os ministros do STF no feriado da Independência, concentrando suas críticas nas pessoas dos membros da Corte, Bolsonaro dessa vez criticou as decisões de Alexandre de Moraes. “Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news”, diz a carta publicada no Diário Oficial da União.

O tom conciliador continua no restante do comunicado. “Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país”, afirma o presidente, antes de lembrar que “Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”.

Leia abaixo a íntegra da carta do presidente Bolsonaro.

Declaração à Nação

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Jair Bolsonaro

Presidente da República federativa do Brasil

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