Jeep Renegade Longitude, ‘transplante de coração’ bem sucedido
Testamos a versão mais completa do utilitário que utiliza o novíssimo e moderno motor T270 com tração 4x2, mas que merecia mais equipamentos
Quando a Jeep atualizou o Renegade, o primeiro SUV da americana produzido por aqui, no início do ano, a marca corrigiu um dos principais pontos negativos do utilitário, a motorização. O compacto, assim como os irmãos maiores, recebeu o moderno propulsor T270, o 1.3 turbo de ótimos 185 cavalos.
Como toda atualização mais profunda, o segundo facelift do Renegade trouxe outras novidades, uma delas foi a aposentadoria do motor diesel, com o sistema 4×4 utilizado junto com o propulsor T270. Outra, foi uma leve mudança nas versões, principalmente com o fim da Limited, até então o topo de linha entre as 4×2.
Dessa forma, agora, quem faz essa função é a Longitude, que sempre foi a opção intermediária do utilitário, mas com o fim da Limited, passa a ser a topo para a configuração com tração apenas nas rodas dianteiras, o que gera um grande porém.
O Renegade Longitude T270 4×2, nosso “Teste da Vez”, mantém o padrão de versão intermediária, principalmente no que refere a lista de equipamentos, o que acaba deixando a desejar pelo fato dela ser a última opção para quem não quer ou não necessita de tração nas quatro rodas, sem falar no preço atual, salgados R$ 147.990.
Tradição
Desde o lançamento, realizado em 2015, o Renegade chama a atenção pelo visual ousado, muito inspirado no irmão maior – e suprassumo do universo off-road – o Wrangler. De lá para cá, o SUV passou por dois leves facelifts, sendo o último realizado neste ano.
Nos dois momentos, a marca alterou pouco o design do utilitário, apenas modernizando alguns pontos. Dessa vez, as mudanças foram ainda mais sutis do que no primeiro facelift. Os clássicos faróis redondos são full LED e passam a contar com as luzes diurnas e de direção integradas. Ao acionar a seta, toda borda do conjunto se ilumina em amarelo.
O para-choque dianteiro foi redesenhado, assim como a clássica grade de sete fendas. Na Longitude, a peça tem bordas cromadas. As rodas têm padrão diamantado e, na traseira, as lanternas contam com novos desenhos e também são full LED.
No interior, as novidades focam o volante, igual ao dos irmãos maiores, e o painel de instrumentos 100% digital. O novo apoio de braço central recebe o mesmo easter-egg do Commander, com as palavras “Jeep 1941” gravadas em baixo relevo, apontando o ano de nascimento da marca que criou o SUV no mundo.
A cabine tem bancos em couro e, como de costume, os materiais são bem empregados, sem nenhuma rebarba ou peça mal encaixada. Um ponto interessante é o carregador sem fio para smartphones, que conta com ventilação, para ajudar a resfriar o aparelho, que costuma esquentar muito nestas situações.
O grande porém da cabine do Renegade continua inalterado, o espaço interno. O modelo é um dos mais apertados da categoria, quatro adultos é o limite e ainda precisa de um certo ajuste, um quinto é praticamente impossível. O porta-malas também está longe de ser o maior do segmento, com 385 litros é pequeno, mas um pouco maior que as versões 4×4.
Contrabalanceado
Outro grande porém da versão Longitude do Renegade é a lista de equipamentos. Para uma configuração intermediária, ela até que manda bem, mas para a ser a última opção dentre as versões 4×2, faltam muitos itens, tanto de conforto quanto de segurança.
Ela vem com seis airbags, controles de tração e estabilidade, frenagem autônoma de emergência, alerta e assistente de manutenção de faixa, detector de fadiga, leitor de placa, start/stop, freio de estacionamento eletrônico, piloto automático, limitador de velocidade, faróis full LED, câmera de ré, auxiliar de partida em rampa e sensor de estacionamento.
Na parte da comodidade, central multimídia com tela de 8,4 polegadas, conexão sem fio via Android Auto ou Apple CarPlay e três portas USB, painel de instrumentos 100% digital, borboletas no volante, carregador de celular sem fio, ar-condicionado automático digital de dual zone e os básicos vidros, travas e retrovisores elétricos.
Pelos quase R$ 150 mil, ele deveria vir com chave sensorial, partida por botão, sensores crepuscular, de chuva e de estacionamento dianteiro, saída de ar para traseira, retrovisor eletrocrômico e monitoramento de ponto cego. Detector de tráfego traseiro e assistente de estacionamento automático seriam bem-vindos também.
Mas mesmo com as ausências, parte da lista de equipamentos de segurança é um diferencial do Renegade, principalmente os alertas e auxiliares de frenagem e permanência em faixa, o que otimiza bastante a condução, deixando-a mais segura.
Os auxiliares de permanência em faixa funcionam bem, não são sistemas quase autônomos como vemos em modelos mais caros que chegam a fazer curva também, mas ajuda a manter o veículo na via sem invadir as demais. O alerta de frenagem ainda conta com níveis de sensibilidade que podem ser ajustados pelo motorista.
Fôlego de sobra
Como falamos, a Jeep finalmente resolveu um dos maiores problemas do Renegade, a motorização. Se antes o ultrapassado 1.8 era o “calcanhar de aquiles” do SUV, agora, o novo propulsor T270 1.3 turbo é a “joia da coroa” do utilitário. Ele gera 184 cavalos no etanol e 180 na gasolina, o torque é de 27,5kgfm.
Aliado ao já conhecido câmbio automático de seis velocidades, direção elétrica e freios a disco nas quatro rodas, os 180 cavalos trabalham bem no asfalto, deixando o SUV ágil e com direção esperta. O mais leve toque no acelerador faz o Renegade disparar sem muito esforço e em nada lembra o modelo que sofria quando utilizava o 1.8.
Assim como o motor, o câmbio também trabalha bem, sem qualquer tipo de tranco, com trocas suaves e opção de alternar as marchas por meio das borboletas no volante e modo sport que deixa a condução ainda mais esperta mas que, claro, altera o consumo. Dessa forma, qualquer manobra como ultrapassagens, retomadas e saídas em velocidades são feitas com o menor esforço possível.
Falando no gasto de combustível, este foi outro ponto resolvido pelo moderno motor. Antes, o 1.8 era fraco e beberrão, agora, o 1.3 anda bem e permite um consumo bastante otimizado. Durante o nosso teste, ele marcou bons 11.3km/l. Além disso, dentre diversas funções, o painel de instrumentos digital permite visualizar o consumo por trechos.
A opinião do Diário Motor
Desde que surgiu em 2015, o Renegade conquistou o público brasileiro por diversos atributos, sendo a robustez o principal deles. No entanto, dentre alguns pontos negativos, a motorização era a que mais chamava atenção pelo “combo” falta de fôlego com gasto excessivo. Com o mais recente facelift, a Jeep corrigiu, e muito bem, este problema.
O novo propulsor – ao contrário do anterior – encaixou muito bem no SUV, com fôlego de sobra e consumo otimizado. Mas nem tudo são flores, ele mantém o porém da falta de espaço interno e, com o fim da versão Limited, a Longitude segue o padrão intermediário, ou seja, faltam alguns equipamentos. Vale o teste drive com possível compra! Nota: 7,5.
Ficha técnica
Motor: 1.3 turbo
Potência máxima: 185/180cv
Torque máximo: 27,5kgfm
Transmissão: automática de 6 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 385 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.712 x 1.805 x 4.268 x 2.570mm
Preço: R$ 147.990