Abarth comemora 75 anos de história ‘envenenada’
A famosa marca do escorpião foi criada em 1949 pelos pilotos Carlo Abarth e Guido Scagliarini e celebra os três quartos de século

Em 1949, em Turim, cidade no norte da Itália, o piloto austríaco Carlo Abarth criou, em parceria com o também piloto, o italiano Guido Scagliarini, uma das mais famosas marcas de veículos esportivos do mundo, a Abarth. A montadora do escorpião celebra 75 anos de história e diversos veículos “envenenados”.
O primeiro Abarth foi o 204 A, derivado do Fiat 1100. O modelo foi o centro das atenções em 10 de abril de 1950, quando Tazio Nuvolari o dirigiu em busca da vitória em sua última corrida, no Palermo-Monte Pellegrino. Desde então, a história da marca traz inúmeros recordes em corridas e no setor automotivo.

São 75 anos de história envenenando modelos, principalmente, italianos.
Carlo Abarth teve a ideia de complementar as atividades de corrida com a produção de kits de tuning para carros de produção em massa com o objetivo de aumentar sua potência, velocidade e aceleração. Os componentes do escapamento tiveram lugar de destaque e, ao longo dos anos, se tornaram marca registrada do “estilo Abarth”.
Assim, em alguns anos, a Abarth se tornou global. Em 1962, a marca já produzia 257 mil tubos de escape, 65% dos quais destinados aos mercados de exportação. O auge do sucesso veio no final da década de 1950 e nos anos 1960. Com um Fiat Abarth 750 projetado por Bertone, a marca quebrou o recorde de resistência e velocidade em 1956.

Fiat Abarth 595.
Em 18 de junho, na pista de Monza, quebrou o recorde de 24 horas, cobrindo 3.743 quilômetros a uma velocidade média de 155km/h. Então, de 27 a 29 de junho, no mesmo circuito, acumulou vários recordes: os cinco mil e 10 mil quilômetros, as cinco mil milhas e as 48 e 72 horas. O mesmo veículo foi projetado pela Zagato em duas versões diferentes: o Fiat Abarth 750 Zagato (1956) e o Fiat Abarth 750 GT Zagato (1956).
Em 1958, Carlo Abarth criou uma verdadeira obra de arte com o novo Fiat 500, transformando completamente o pequeno carro e aumentando ao máximo seus potenciais. No mesmo ano, a marca intensificou sua parceria com a Fiat, que se comprometeu a dar prêmios com base no número de vitórias e recordes que a equipe conquistasse.

Fiat Abarth 850 TC.
Foram dez recordes mundiais, 133 recordes internacionais e mais de 10 mil vitórias em pistas de corridas. A lenda continuou a crescer, tornando-se um nome familiar. Os anos 60 foram a década de ouro de Abarth, que se tornou sinônimo de velocidade, coragem, desempenho e desenvolvimento.
São diversos os modelos que se destacaram na história do automobilismo. Do 850 TC, que foi vitorioso em todos os circuitos internacionais, ao Fiat Abarth 1000 Berlina e à 2300 S, que obteve uma extraordinária série de recordes na pista de Monza.

Versões de Fiat Abarth baseados no Fiat 500.
Em 1971, a Abarth foi totalmente assumida pelo grupo Fiat e, para sublinhar o seu caráter italiano, o tricolor passou a aparecer no logotipo no fundo da escrita Abarth. A lenda continuou com o Fiat 124 Abarth, vencedor do título europeu de 1972 e 1975, o Abarth 131, campeão mundial de ralis em 1977, 1978 e 1980 e o Ritmo Abarth.
Carlo Abarth faleceu em 24 de outubro de 1979, sob o signo de escorpião, o mesmo de seu nascimento e que inspirou o emblema ostentado em seus carros até os dias de hoje e que caracterizam bem a esportividade e “envenenamento” dos veículos da marca.

Fiat Abarth Grande Punto.
O glorioso passado da marca foi atualizado em 2008, quando foi relançada com uma nova linha criada para entusiastas do automobilismo, como o Abarth Grande Punto (2007) e o Abarth 500 (2008), além de kits de tuning para cada carro.
Desde então, diversos modelos chegaram ao mercado, como o Abarth 695 Tributo Ferrari (2010), o Abarth 595 Yamaha Factory Racing (2015), o Abarth 695 Biposto Record (2015), o Abarth 695 Rivale (2017), o Abarth 124 Spider (2016), o Abarth 124 GT (2018), o Abarth Esseesse 595 e o Abarth 124 Rally Tribute (2019), o Abarth 595 e o Abarth 695 (2022).

Fiat Abarth 695 75 Anniversario.
A marca ainda entrou em uma nova era com a apresentação em 2022 de seu primeiro modelo envenenado elétrico com o Abarth 500e. Para celebrar os três quartos de século, na Europa, a Abarth criou uma edição limitada do 695: o Abarth 695 75° Anniversario. São apenas 1.368 unidades, como forma de homenagem ao motor 1.4 T-Jet, que tem exatamente 1.368cm3 de capacidade.
Para completar as comemorações, a marca revelou, ainda no velho continente, três imagens inéditas do novo Abarth 600e Scorpionissima, o modelo mais potente já feito pela marca, equipado com motor elétrico que gera 240 cavalos, com diferencial autoblocante mecânico e diversos itens de modelos de corrida.

Fiat Abarth Fastback.
No Brasil, a marca do escorpião já envenenou quatro modelos Fiat. O primeiro foi em 2002, com o Stilo. O hatch era equipado com um motor cinco cilindros, 2.4, 167 cavalos e 22,8kgfm de torque. Com zero a 100km/h em 8,4 segundos e velocidade máxima de 212km/h.
Já em 2014 foi a vez do icônico 500 Abarth que, ainda mais rápido, fazia de 0 a 100km/h em 6,9 segundos. O compacto era equipado com o propulsor 1.4 Multiair 16V Turbo com 167 cavalos e 23kgfm de torque.
Em 2022, a marca volta ao Brasil com um inédito SUV da montadora e o primeiro modelo do escorpião feito por aqui, o Pulse Abarth. O utilitário supercompacto utiliza o mais forte motor já usado pela italiana no mercado brasileiro, o 1.3 turbo de 185 cavalos. O mesmo propulsor equipa um segundo modelo, lançado no fim do ano passado, o Fastback Abarth.