Possível desistência de Doria impacta acerto com aliados em São Paulo
Interlocutores do governador especulam sobre a possível desistência da candidatura a presidente e 'desarrumação' dos aliados
O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB a presidente da República, João Doria marcou um pronunciamento para as 16h desta quinta-feira (31). Sem especificar sobre o que vai tratar, ele provocou uma verdadeira avalanche de especulações sobre o seu futuro e o impacto dessa decisão nos aliados com quem já tinha feito acordos, como o vice-governador Rodrigo Garcia.
Com Doria candidato ao Palácio do Planalto, Garcia seria candidato à reeleição ao governo de São Paulo, após assumir o cargo em abril deste ano. O atual vice até já começou a montar sua equipe de governo e ‘distribuir’ cargos na sua futura administração. A desistência de Doria e eventual permanência à frente do governo paulista desarrumaria as articulações e afetaria, em especial, seus aliados dentro do PSDB. Por sua vez, Doria acusa a direção nacional do partido de ‘traição’.
José Luiz Datena, apresentador da Band e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
“Ele foi traido pelo partido, mas é por isso que precisa trair os outros?”, questionou um dos afetados pela decisão de João Doria, o jornalista José Luiz Datena, que se pronunciou sobre o caso na Rádio Bandeirantes. “Se ele (Doria) não tem condição, pelas pesquisas, de ser eleito, ou ele renuncia e vai pra casa, ou sai do partido. Ele que tome o caminho dele, mas atrapalhar os outros e o Rodrigo Garcia não pode”, afirmou Datena.
“A partir desse imbroglio, eu não tenho compromisso com ninguém. Se precisar, eu saio candidato independente”, garantiu Datena, que lidera as pesquisas para a única vaga em disputa ao Senado pelo estado de São Paulo e falou firme: “Doria faz o que quer a hora que ele quer. Ele precisa parar de pensar que é o imperador de São Paulo”.
Em relação ao pronunciamento marcado para esta tarde, Datena aposta: “Acho que ele colocou a mão na cabeça e resolveu sair do governo de São Paulo. E já vai tarde”.