Descumprimento de decisão

PROS Alagoas pede prisão de cacique nacional do partido de Collor

Marcus Holanda descumpre liminar, ao não fornecer senha para sistema de candidaturas

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Marcus Holanda tomou a presidência do PROS Nacional na Justiça, denunciando se fundador, Eurípedes Júnior. Foto: Divulgação PROS

Depois de ganhar na Justiça uma liminar que lhe deu o direito de retomar o comando da legenda no Estado, a Comissão Executiva Estadual do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) em Alagoas pediu a prisão do presidente nacional da sigla, Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ou multa de R$ 50 mil, por descumprimento da decisão judicial. Segundo o PROS de Alagoas, Marcus Holanda não entregou as senhas de sistemas fundamentais para o registro de candidaturas para as eleições gerais de 2 de outubro.

O senador Fernando Collor é um dos filiados ao PROS. Mas não deve esperar uma resolução da contenda judicial. Pois deve atender a um convite para filiação ao Partido Liberal (PL), partido do presidente da República Jair Bolsonaro, no qual disputará a reeleição.

Presidido pelo advogado Adeílson Bezerra, o PROS de Alagoas pediu que o juiz da 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), Pedro Jorge Melro Cansanção, aplique o Artigo 330 do Código Penal para punir com o rigor da prisão de 15 dias a seis meses, ou multa, porque Marcus Holanda descumpre a ordem do magistrado de fornecer a chave de acesso ao Sistema de candidaturas (CANDEX), Sistema de Prestação de Contas Anual SPCA e outros eventuais sistemas oficiais fundamentais à participação dos filiados no processo democrático.

“O Estado deve punir, de forma exemplar e com rigor, aquele que descumpriu uma ordem por ele emanada, para não cair em descrédito o Poder Judiciário, ocasionando a sensação de impunidade no país”, diz um trecho do pedido assinado pelo advogado Saulo Lima Brito.

O PROS de Alagoas afirma que Marcus Holanda comete crime, porque, ao ingressar com o Agravo de
Instrumento demonstrou ter conhecimento da decisão da esfera cível e a desobedece “em ar de cinismo e desdém” do juiz e do Poder Judiciário Alagoano.

Guerra judicial

A liminar que manda o PROS Nacional fornecer as senhas dos sistemas da Justiça Eleitoral aos dirigentes da legenda em Alagoas é a mesma em que o magistrado alagoano determinou a “suspensão do ato ilegal e abusivo” que havia destituído a Comissão Provisória do PROS Alagoas, restabelecendo sua vigência até 06 de março de 2023.

E ocorreu semanas depois de o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negar a Eurípedes Júnior um recurso em que tentava retomar o comando do PROS Nacional, perdido para Marcus Holanda. A disputa interna do PROS dura cerca de dois anos. E tem como base a denúncia de Marcus Holanda de que Eurípedes Júnior teria “sumido” com bens pertencentes à sigla, incluindo helicóptero e equipamentos gráficos avaliados em mais de R$ 50 milhões.

O Diário do Poder não conseguiu contato com Marcus Holanda. Mas mantém o espaço aberto para o posicionamento do presidente Nacional do PROS.

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