“Conecta Amazônia”

Elon Musk se encontra com Bolsonaro e tratam de conexão na Amazônia

Objetivo de projeto do homem mais rico do mundo é discutir conectividade de 19 mil escolas localizadas em áreas rurais e a proteção da Amazônia

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Bolsonaro e Elon Musk posam para foto em hotel de luxo em Porto Feliz — Foto: Reprodução / Twitter @jairbolsonaro

O empresário bilionário Elon Musk participou na manhã desta sexta-feira, 20, de um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PL), no interior de São Paulo, para discutir projetos de conectividade para a Amazônia. O evento ocorreu no hotel de luxo Fasano Boa Vista, em Porto Feliz, com cerca de 100 convidados.

Durante o encontro, o homem mais rico do mundo anunciou que trará internet para conectar regiões sem cobertura na Amazônia. “Super animado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink para 19 mil escolas desconectadas em áreas rurais e monitoramento ambiental da Amazônia!”, disse em postagem no Twitter.

A visita do CEO da Tesla ao Brasil faz parte do lançamento de um projeto envolvendo a Starlink, rede de satélites da empresa Space X, da qual ele é dono, que promete internet de alta velocidade e acesso em locais remotos.

O objetivo da rede Starlink é conectar 19 mil escolas localizadas em áreas rurais e monitorar a Amazônia.

“Starlink tem uma política bem rigorosa de proteção dos dados, temos um nível de encriptação no nível do terminal e no nível do satélite. Mesmo que quiséssemos, não tem como saber quais dados você está mandando. Se é impossível para nós, também é impossível para os outros. Sobre proteger a Amazônia, temos que usar os dados, porque a Amazônia é gigantesca. Se você tentar fazer um monte de fotos e vídeos para entender o que está acontecendo, a quantidade de dados a serem transmitidos será enorme. Então, precisamos dessa conectividade para monitorar a Amazônia efetivamente”, diz o bilionário sul-africano.

Durante o evento, chamado de “Conecta Amazônia”, Elon Musk foi condecorado durante o evento com uma medalha de honra.

Com um patrimônio avaliado em US$ 273 bilhões (R$ 1,3 trilhão), segundo ranking da Bloomberg, Musk, como dono da Space X, recebeu aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em janeiro, para explorar a internet na Amazônia. Com isso, a empresa de transporte espacial de Musk, Starlink, vai poder oferecer seu serviço de satélite em todo o território brasileiro, com direito de exploração até 2027. A autorização da Anatel foi concedida após reunião do ministro Fábio Faria com Musk nos Estados Unidos, em novembro do ano passado.

O presidente Jair Bolsonaro celebrou, em seu discurso, o acordo e defendeu que o projeto servirá para tornar a floresta conhecida e sanar as “mentiras” que difundem sobre a política ambiental de seu governo. “Nós pretendemos, precisamos e contamos com Elon Musk para que a Amazônia seja conhecida por todos no Brasil e no mundo. Mostrar a exuberância dessa região, como ela é preservada por nós e quanto malefício causa para nós aqueles que difundem mentiras sobre essa região”, finalizou Bolsonaro, que se disse “orgulhoso” e “feliz” com o pacto firmado com Musk.

Bolsonaro ainda afirmou que a compra do Twitter por Musk foi um “sopro de esperança”. O presidente disse acreditar que, com o empresário no comando da rede social, a rede social investirá ainda mais na liberdade de expressão. Bolsonaro e seus apoiadores questionam algumas ações da plataforma como remover posts, acrescentar marcas de “informação falsa” ou mesmo banir usuários.

“O mais importante da presença dele é algo que é imaterial. Hoje em dia poderíamos chamá-lo de mito da liberdade. É aquilo que nos fará falta para qualquer coisa que porventura possamos pensar para o futuro”, iniciou. “O exemplo que ele nos deu há poucos dias, quando se anunciou a compra do Twitter, para nós aqui foi como um sopro de esperança. O mundo todo passa por pessoas que têm vontade de roubar essa liberdade de nós”, apontou o Bolsonaro. Para ele, a liberdade é a “semente do futuro”.

Bolsonaro é investigado no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome do chefe do Executivo foi incluído entre os alvos pelo ministro Alexandre de Moraes ao levar em conta ataques, sem provas, feitos pelo presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.

Entre os convidados do evento desta sexa-feira estavam os ministros Fábio Faria, Ciro Nogueira, Luiz Eduardo Ramos e o ministro do STF Dias Toffoli. Também participaram empresários e alunos do ITA.

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