Fora da disputa presidencial

Doria anuncia permanência no PSDB, mas volta ao setor privado

Ex-governador de São Paulo viu seu projeto político de concorrer à Presidência pelo PSDB ser frustrado pelo próprio partido

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O ex-governador João Doria anunciou sua desistência à corrida presidencial em maio.

O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que viu seu projeto político de concorrer à Presidência ser frustrado, anunciou nesta segunda, 13, que irá voltar ao setor privado, e que seguirá filiado ao PSDB.

O anúncio foi feito durante café da manhã com jornalistas, em um hotel na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Doria disse que voltará em 1º de julho ao conselho do Lide, grupo empresarial que o projetou por promover encontros entre empresários e a classe política, antes de concorrer a prefeito de São Paulo, em 2016. Desde que entrou a política, o Lide foi administrado por familiares de Doria.

“Não vou sair do Brasil, continuarei aqui. Voltando ao setor privado de onde vim. A partir de agora retorno para minha vida privada. Por enquanto, sigo na iniciativa privada. Mas não significa para sempre. Continuo filiado ao PSDB”, afirmou Doria.

Ele deixou o cargo em 31 de março para tentar disputar a Presidência, respaldado que estava como nome escolhido pelo partido em prévias no fim do ano passado. Porém, o projeto não funcionou, dada a resistência interna da sigla, e Doria desistiu da postulação em 23 de maio. Seu partido decidiu apoiar a tentativa da senadora Simone Tebet (MDB-MS) de se viabilizar na disputa ao Planalto.

Doria disse ainda aos jornalistas que não se arrepende de nenhuma das medidas que tomou durante seu mandato à frente do Executivo estadual – fazendo referência às decisões impopulares de fechamento de comércios e restrição de circulação de pessoas.

“Se não tivéssemos iniciado a vacinação em janeiro de 2021, pelos algoritmos da ciência, teríamos mais de 300 mil mortos hoje. Todas as medidas que adotamos, mesmo as impopulares, se tivéssemos de fazer de novo, nós faríamos de novo para salvar vidas”, afirmou.

Quanto à permanência no PSDB, Doria falou sobre sua decisão de seguir no partido, dizendo que as mesmas razões que motivaram sua filiação em 2000 seguem válidas em 2022.

“Tomei a decisão de deixar a minha postulação, ainda que legitimada pelas prévias, para a presidência da República em nome do PSDB dadas as circunstâncias que todos vocês já sabem. Isso não me coloca em antagonismo com o PSDB. Continuo no PSDB e não vou me desfiliar. As razões que me filiaram ao PSDB em 2000 são as mesmas que me mantém em 2022. É a convicção de que a cidadania também se faz no ato de sua decisão partidária”, afirmou Doria. O tucano também relembrou que venceu as três prévias internas do partido que disputou desde 2016, para as eleições de 2016, 2018 e de 2022.

Agora ex-pré-candidato, Doria fez uma avaliação de sua passagem pela vida pública, reafirmando não ser um profissional da política e dizendo que viveu seis anos intensos desde 2016.

“Eu vim para a vida pública para ser um gestor, em 2016. Eu quero reafirmar o que eu já disse algumas vezes: eu não sou um profissional da política, eu sou um gestor da política. Foi esse o papel que eu cumpri na prefeitura de São Paulo e no governo do Estado de São Paulo. […] Mas eu não sou um profissional de política. Vivi seis anos na vida pública, não tenho uma longa vivência, mas ela foi bem intensa”, disse o ex-governador.

Doria aproveitou ainda o evento para exaltar a importância da liberdade de imprensa.

“Liberdade de imprensa é a essência da democracia. Sem liberdade de imprensa não há democracia, no Brasil ou em qualquer parte. Vocês representam um pilar da democracia”, afirmou.

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