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Sem crédito, Odebrecht paga obras com recursos próprios

Exemplo disso é o Aeroporto do Galeão e a BR-163, ambos arrematados em 2013 pela empresa

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Sem crédito na praça e com uma carteira bilionária de projetos para tirar do papel, a Odebrecht Transport – braço de transportes e mobilidade urbana do Grupo Odebrecht, tem feito uma via-sacra atrás de crédito, desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada, em 2014. A busca, entretanto, não tem sido bem-sucedida.

Exemplo disso é que o Aeroporto do Galeão (RJ) e a BR-163 (MT), ambos arrematados em 2013 pela empresa, até hoje não tiveram o empréstimo de longo prazo liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No caso do Galeão, cujos investimentos são essenciais por causa dos Jogos Olímpicos, o banco estatal liberou, em 2014, um empréstimo-ponte de R$ 1,1 bilhão até que a linha de longo prazo fosse estruturada.

Como isso não ocorreu, em especial por causa da Lava Jato, o BNDES aprovou na última terça-feira a renovação desse empréstimo. O vencimento, previsto para junho deste ano, foi ampliado para abril de 2017, informou o banco.

Ao lado dos sócios no aeroporto, a empresa desembolsou R$ 1,8 bilhão de recursos próprios para concluir obras previstas em contrato e não ser punida pelos órgãos reguladores.

Outra concessão que teve de ter o empréstimo-ponte prorrogado foi o da concessionária Rota do Oeste, que administra a BR-163, em Mato Grosso. Nesse caso, porém, a empresa tem até hoje para fechar uma nova fiança para entregar ao BNDES, afirmou uma fonte do setor.

Na prática, isso significa ampliar os custos para a empresa, já que taxas e juros são renegociados. Num momento extremamente delicado para o Grupo, até essa renovação – que teoricamente seria simples – pode representar um grande entrave.

No total, a empresa negocia financiamento de R$ 10 bilhões no BNDES.

Em nota, a empresa afirmou apenas que a carteira de projetos da Odebrecht impacta todo o setor de infraestrutura no Brasil e que a dificuldade de conseguir crédito no mercado está associado ao travamento dos financiamentos do BNDES. (AE)

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