Fake news globalizada

Mais uma vez, imprensa manipulou noticiário do ‘impeachment de Trump’ e se deu mal

Pela segunda vez, jornalistas - inclusive brasileiros - se engajaram no impeachment escondendo que o Senado dos EUA o impediria

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Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos - Foto: D.Myles Cullen/White House.

A notícia foi a principal derrotada pelo engajamento da imprensa, inclusive a brasileira, na segunda tentativa de impeachment do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em desavergonhada manipulação de fatos, que incluiu a omissão da única certeza na polêmica: o Senado derrotaria a pretensão.

Já na primeira tentativa, ficou claro que o objetivo do noticiário espalhafatoso sobre o “impeachment iminente” era produto do engajamento eleitoral dos jornalistas no esforço para desgastar a candidatura de Trump, que era favorita nas pesquisas realizadas na era pré-pandemia.

A imprensa dos EUA, de maioria democrata, de forte influência sobre a brasileira, arrastou as correntes do impeachment de Trump durante todo o ano de 2019, antes do início da campanha eleitoral, até que em 18 dezembro de 2019 o Senado fez o que estava previsto, mas escondido no noticiário: sepultou o impeachment.

Mas o estrago nas chances do político republicano estava feito, e era isso o que importava, inclusive para a maioria dos correspondentes brasileiros nos Estados Unidos, salvo exceções ocasionais, que omitiram reiteradamente as chances próximas de zero do impedimento do então presidente.

Pré-campanha de 2024

O problema é que a derrota de Trump foi mais apertada do que se imaginava, e uma segunda campanha eleitoral democrata, na qual a imprensa se engajou, inclusive – curiosamente – a brasileira, foi construída para impedir eventual candidatura do republicado em 2024.

Novamente, todos mentiram com força para a opinião pública, inclusive para a brasileira, acompanhando cada lance do novo processo de impeachment instaurado pela Câmara de maioria democrata como se fosse cada vez mais concreta a possibilidade de condenação do líder republicano.

Neste sábado (13), como naquele 18 se dezembro de 2019, cumpriu-se o que todos sabiam, sobretudo jornalistas de lá e de cá: sem chances de avançar, o processo morreu no Senado.

A rua dos republicanos

É claro que a própria derrota, para os jornalistas, foi menos importante que o fato de sete senadores republicanos terem votado contra Trump, no segundo processo.

Se não tivessem perdido tanto tempo escolhendo a melhor forma de engajamento na campanha pelo impeachment que não haveria, jornalistas teriam percebido que o ex-presidente é detestado por muitos aliados, até com razão, mas também estes sabem o que os analistas ignoram: Trump é “a rua dos republicanos” e, por enquanto, a melhor possibilidade de o partido retomar o poder em 2024.

Curiosamente, agora, jornalistas produzem “análises” tentando justificar o comportamento manipulador, definindo-o como uma “questão moral”, de “passar a mensagem “ de que era necessário punir um ex-presidente que “estimulou a violência” contra as instituições norte-americanas.

Além de farsantes, consideram-se juízes.

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