Boicote a produtos brasileiros

Heleno não ameaçou países hostis, mas retaliação é instrumento de política externa

Cuidadoso para não gerar crise diplomática, ele disse que críticas tentam atingir o agronegócio brasileiro

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General Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom.

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), lamentou nesta terça-feira (22) que organizações, personalidades e até governos de outros países se utilizem de dados falsos para atacar o Brasil com o objetivo de prejudicar produtos brasileiros.

Apesar de afirmar que, na disputa entre países, a retaliação é um dos instrumentos de política externa usados para reagir a eventual boicote de produtos, por exemplo, Heleno não ameaçou quaisquer dos países, como tem sido negociado em vários veículos de comunicação.

Em todo o mundo, retaliações comerciais sempre foram usadas por governantes diante de graves ameaças, como na recente “guerra” Estados Unidos vc. China, quando ambos os países aumentaram taxas de importação, ou para adotar o princípio da reciprocidade em reação a medidas que consideram prejudiciais.

O ministro até duvidou que produtos de exportação de países do norte europeu -região onde se concentra a maior parte dos que ameaçam boicote a produtos brasileiros com base em dados e informações distorcidas- sejam tão relevantes como os produtos do agronegócio brasileiro, que ameaçam prejudicar.

Alvo é o agronegócio brasileiro

Augusto Heleno avalia que a campanha contra o Brasil decorre do peso dos produtos brasileiros no mercado mundial. “O Brasil alimenta mais de 1 bilhão de pessoas”, ressalta, reconhecendo que a posição brasileira afeta os interesses econômicos de outros países.

Cuidadoso das referências ao papel de outros países na campanha contra o Brasil e na tentativa de desestabilizar o governo de Jair Bolsonaro, Augusto Heleno evitou nomeá-los para evitar o que poderiq ser chamado de “crise diplomática”.

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional disse em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (21), que “nações estrangeiras” fazem críticas sobre a política ambiental do Brasil com essa finalidade.

As declarações do ministro foram feitas durante entrevista exclusiva ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, do qual participam os jornalistas Thays Freiras, Pedro Campos e Cláudio Humberto.

ONG faz trabalho nefasto

Um dos grupos criticados por Augusto Heleno é a ONG “Articulação dos Povos Indígenas”, conhecida pela sigla “Apib”.

Para o chefe do gabinete de Segurança Institucional, essa organização faz um trabalho “nefasto” ao apoiar campanhas internacionais de boicote a produtos brasileiros.+

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