Ferida aberta

Fala de Gilmar foi ‘ imprudente, descabida e desproporcional’, afirma ministro da Defesa

General Fernando Azevedo e Silva diz à Rádio Bandeirantes que ‘ferida causada pelo episódio ainda está aberta’

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O general participou da 17ª edição da Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

O ministro Fernando Azevedo e Silva (Defesa) afirmou nesta quarta-feira (29) não ter falado com Gilmar Mendes (STF), desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) associou o Exército a genocídio. Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, no Jornal Gente, o ministro sinalizou que a ferida causada pelo episódio ainda está aberta.

Referindo-se ao ministro do Supremo como “aquele senhor”, o general classificou a afirmação como “imprudente e descabida”:

– “Nós ficamos muito desconfortáveis com a afirmação daquele senhor. Fizemos uma representação ao procurador-geral da República em relação a possíveis crimes cometidos (pelo ministro do STF). A afirmação foi imprudente, descabida e desproporcional. Não tá acontecendo genocídio. Tem uma pandemia no mundo inteiro”.

Mais uma vez sem citar o nome de Gilmar Mendes, o ministro da Defesa disse que esperava por uma retratação, que não veio:

– “Não conversei com o magistrado. Esperávamos algum tipo de retratação em relação ao termo, que não ocorreu. Nós fizemos o que tínhamos que fazer. Demos uma resposta. Foi uma resposta das Forças Armadas e entregamos ao procurador-geral da República a representação. Cabe a ele julgar”.

Na entrevista à Rádio Bandeirantes, Fernando Azevedo e Silva foi questionado sobre a decisão do Supremo que impede operações em morros do Rio durante a pandemia. Muito criticada, a liminar do ministro Edson Fachin favorece a bandidagem, na avaliação de especialistas, ao deixar 1,8 mil favelas à mercê do tráfico de drogas.

O general também criticou a decisão, e ressaltou ser contra a participação do Exército em ações que não sejam excepcionais:

– “A reserva só deve ser utilizada em último caso porque depois não tem outra. Deve se evitar ao máximo. No caso de impedir força de segurança pública de policiar em área carente, eu vejo que o Estado tem que estar presente. Não pode um segmento importante como a segurança estar ausente de qualquer parte de uma sociedade”.

Na entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, o ministro Fernando Azevedo e Silva defendeu o aumento do Orçamento das Forças Armadas. O ministro conversou com os jornalistas Claudio Humberto, Thays Freitas e Pedro Campos, no Jornal Gente.

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