Legado de Cechiatti ganha um ‘grau’ em dia de votação na Câmara
Em dia de nova votação histórica, quando um novo código eleitoral será votado a poucos metros, no plenário, funcionários da limpeza se dedicaram na manhã desta quinta-feira (2) ao trabalho de limar cuidadosamente um dos tesouros expostos no Salão Verde da Câmara dos Deputados, fazendo lembrar seu genial autor.
Trata-se de uma escultura sem título, jamais batizada por Alfredo Ceschiatti, artista mineiro de Belo Horizonte, que deixou impressionante legado de sua arte em Brasília. É dele, por exemplo, a escultura representativa da Justiça, em frente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após a ampliação do edifício principal do Congresso Nacional, no início dos anos 1970, o arquiteto Oscar Niemeyer elaborou um projeto de decoração do Salão Verde e do Salão Nobre, incluindo obras de arte e mobiliário, para atender à proposta de delimitar os espaços e valorizar os ambientes do Salão Verde.
Dentre estas obras escolhidas por Niemeyer está a “Anjo”, semelhante aos famosos anjos da Catedral de Brasília, também de Ceschiatti.
Escultor, desenhista e professor, Ceschiatti realizou em 1944 seu primeiro projeto em colaboração com Oscar Niemeyer, o baixo-relevo do batistério da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Em 1956, venceu o concurso de projetos para o Monumento aos Pracinhas mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.
De 1963 a 1965, ele lecionou escultura e desenho na Universidade de Brasília. Das suas esculturas em Brasília, destacam-se As Banhistas, em frente ao Palácio da Alvorada, A Justiça, em frente ao STF, Os Anjos e Os Quatro Evangelistas, na Catedral, e As Gêmeas, na cobertura do Palácio do Itamaraty.