Tensão Argentina-Venezuela

Judiciário venezuelano emite ordem de prisão contra Milei por apreender avião

Venezuela acusa governo argentino de conivência em "roubo descarado" de aeronave; ordem de prisão inclui Patricia Bullrich.

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Presidente da Argentina, Javier Milei. (Foto: Reprodução/Instagram/@Javiermilei).

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra o presidente argentino Javier Milei, atendendo a um pedido do Ministério Público venezuelano. A ordem também inclui a irmã de Milei, Karina Milei, que é secretária-geral da Presidência, e a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich. A acusação está relacionada à entrega de um avião da empresa estatal venezuelana Emtrasur aos Estados Unidos.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (23), a Sala de Cassação Penal do Tribunal venezuelano justificou as ordens de prisão por crimes como “roubo agravado, lavagem de dinheiro, simulação de fatos ilícitos, privação ilegal de liberdade, interferência na segurança aérea, destruição de aeronaves e formação de quadrilha”.

As acusações surgem após o confisco de um Boeing 747 da Venezuela, que estava na Argentina e foi enviado aos EUA em fevereiro. Os Estados Unidos alegaram que a aeronave havia pertencido à empresa iraniana Mahan Air, sancionada por suas supostas conexões com a Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana, classificada pelo Departamento de Justiça norte-americano como uma “organização terrorista”.

A Venezuela, por sua vez, denunciou o que chamou de “roubo descarado” do avião por parte da Argentina e dos Estados Unidos, e, como retaliação, proibiu o sobrevoo de aeronaves argentinas em seu espaço aéreo. O Boeing venezuelano acabou sendo destruído nos EUA.

Esse movimento judicial venezuelano ocorre logo após a Argentina ter solicitado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a emissão de mandados de prisão contra Nicolás Maduro e outros membros do governo venezuelano, acusados de cometer crimes contra a humanidade.

Na semana passada, a Justiça Federal da Argentina ouviu depoimentos de pessoas que se identificaram como vítimas de violações de direitos humanos na Venezuela, parte de uma investigação sobre os abusos cometidos no país. A ministra Bullrich, uma das pessoas incluídas na ordem de prisão venezuelana, estava presente na audiência.

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