Após barraco, psiquiatra atesta que deputada do DF está ‘sem condições emocionais’

Um dia depois de perder a disputa para Izalci Lucas pela candidatura ao governo do Distrito Federal pela federação PSDB-Cidadania, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) alegou problema de saúde para não participar de nova reunião do grupo convocada pelo senador tucano, presidente regional do partido.

O atestado psiquiátrico de Paula Belmonte.

No atestado, a que o Diário do Poder teve acesso, o psiquiatra Raul Monteiro, da Clínica Médica Luciana, prescreve repouso a Paula Belmonte, que, segundo ele, “está sem condições emocionais, no momento, de assumir as suas atividades, e necessita de três dias de afastamento”.

Procurada, a assessoria de Paula Belmonte disse que encaminhou ofício para a federação levando esse motivo para a ausência dela na reunião marcada para esta quarta-feira (27). Ainda segundo a assessoria, não foi preciso apresentar o atestado à Câmara dos Deputados porque o parlamento está de recesso.

O rol de sintomas

O médico justificou o atestado da deputada citando o código “F41.1 (CID 10)”, para definir os sintomas sentidos pela paciente.

Trata-se do código para Ansiedade Generalizada, conforme a Classificação Internacional de Doenças, caracterizada por medo ou preocupação excessiva persistente.

Essa condição “não ocorre exclusivamente nem mesmo de modo preferencial em uma situação determinada”, de acordo com o Datasus.

Entre os sintomas de Ansiedade Generalizada, estão:

• Nervosismo persistente
• Tremores
• Tensão muscular
• Transpiração
• Sensação de vazio na cabeça
• Palpitações
• Tonturas
• Desconforto epigástrico.

Candidatura incerta

Embora PSDB e Cidadania tenham decidido, por maioria, que o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) é o candidato da federação ao governo do Distrito Federal, o processo de escolha dele ainda rende polêmicas e promete um capítulo a mais. Quem sabe, até parar na justiça.

Advogados da presidente do PSDB Mulher do Distrito Federal, Andréia Moura Zemuner, elaboram uma ação contra o casal Luís Felipe Belmonte e Paula Belmonte na esfera cível, por dano moral.

“Estou me organizando com as ações. O cenário é muito triste. Nós mulheres deveríamos nos proteger. Não nos atacar. Aquilo que formos fazer tem de ser assertivo para que ninguém pratique mais esse tipo de coisa”, disse Andréia Moura.

Essa seria a segunda ação contra o casal em virtude do mesmo fato. Andréia registrou uma ocorrência policial na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) após sofrer toda sorte de insultos de Felipe e Paula Belmonte.

Relato de agressões

As agressões a ela ocorreram durante o encontro da federação na terça-feira (26/7). Andréia conta que foi ao evento juntamente com outras integrantes da executiva do PSDB Mulher do DF levar uma carta ao Bruno Araújo pedindo o fim violência contra a mulher na política e se deparou com Paula Belmonte, que fazia uma live.

“Ela se dirigiu até a nós dizendo ser vítima de violência política. Foi quando eu retruquei e disse que era mentira dela. Então, a partir daí, ela começou a me chamar de mentirosa e o marido passou a me ofender. Me empurraram ainda. Foi muito triste. Política é a arte do dialogo”, relatou Andréia.

Inconformada com o resultado da decisão da executiva nacional da federação PSDB-Cidadania, que deu, pelo placar de 13 votos contra seis, a vitória ao senador Izalci Lucas (PSDB) sobre ela na disputa para representar as legendas nas eleiçoes ao Governo do Distrito Federal, Paula Belmonte disse que vai recorrer à Justiça para ter seus direitos assegurados.

Ela diz ter sido vítima de uma “atrocidade”, de “violência política” e de “discriminação sexista”, pelo fato de ser mulher. “Vamos denunciar isto junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Para Paula Belmonte, as regras da federação foram desrespeitadas. “O artigo 39 do estatuto assegura o comando das executivas regionais à legenda com maior votação para deputado federal em cada unidade federativa. Aqui no DF, o Cidadania teve muito mais votos do que o PSDB”, argumentou.