Renault Captur Iconic 1.3 turbo anda bem mas erra a mão no preço
Já rodamos na versão 2022 do SUV compacto com o potente 1.3 turbo e valores que assustam até para o Brasil
Quando foi apresentado no Brasil, o Renault Captur surgiu alinhado com a versão russa do SUV. Na época, o esperado era que ele seguisse o padrão europeu da marca. Com isso, tirando o design, o utilitário ficou muito semelhante ao Duster, principalmente nos equipamentos e no conjunto mecânico.
Dessa forma, mesmo tendo um visual melhor, sempre ficou “à sombra” do irmão. Agora, com a linha 2022 o Captur tenta se diferenciar do Duster, focando no conjunto mecânico que, finalmente, é completamente diferente, pois recebe o moderno motor 1.3 turbo.
O utilitário acaba de ser apresentado com o novíssimo propulsor e já andamos na versão topo de linha, a Iconic, e seus impressionantes R$ 138.490. Além do novo conjunto mecânico, o Captur recebe uma breve atualização visual e ganha novos equipamentos.
Na parte do visual, o Captur segue alinhado com o modelo russo e não com o francês, que tem um estilo ainda mais arrojado e elegante. Por aqui, as mudanças foram poucas e focaram basicamente a dianteira. O para-choques foi reformulado e está mais robusto. O conjunto óptico foi levemente redesenhado. Na traseira, nenhuma mudança.
Por dentro, as mudanças também foram poucas. A central multimídia conta com uma nova tela de oito polegadas e a moldura que a envolve foi levemente redesenhada, assim como o volante e o console central. A topo de linha, versão na qual tivemos um breve contato, agora conta com acabamento em dois tons em marrom e preto.
As partes em marrom passam a ser com material macio ao toque, o que eleva um pouco a qualidade da cabine. Além disso, as peças seguem muito bem encaixadas, sem qualquer tipo de rebarba. O espaço interno continua o mesmo, nem tão grande como no Duster, mas sem ser tão apertado também.
Pequenos deslizes
Um deslize que pode ser considerado tanto no visual quanto na lista de equipamentos, é o ar-condicionado. Mesmo com a atualização, o sistema continua o mesmo, com um design ultrapassado, sem ser digital, como já é no Duster. Além disso, falta saída de ar para o banco traseiro.
Falando em equipamentos, o novo Captur melhorou em alguns aspectos, mas deveria ter sido mais. Na parte da segurança, a Iconic conta com quatro airbags, sensores de estacionamento, crepuscular, de chuva e de ponto cego, controles de tração e estabilidade, sistema de câmeras 360º, luz de circulação diurna e faróis full LED e assistente de partida em rampa.
Na parte da comodidade, ele vem com a central multimídia, o ar-condicionado automático mas que não é digital, duas portas USB para a traseira, monitoramento de pressão dos pneus, piloto automático, chave tipo cartão sensorial para abertura das portas e partida do motor e sistema Start&Stop.
Custando quase R$ 140 mil, o Captur deveria contar com mais itens, seja de segurança ou de comodidade. Além do ar-condicionado digital, um teto solar seria bem-vindo, assim como ajustes elétricos nos bancos, auxiliar — ou ao menos um alerta — de frenagem, assistente de permanência em faixa e até um piloto automático adaptativo.
Bem servido
Se a lista de equipamentos poderia ser melhor, quase não há o que reclamar no conjunto mecânico. O novíssimo motor 1.3 TCe trabalha muito bem. A caixa turbinada gera 170 cavalos com etanol e 162 com gasolina. O torque, um dos melhores da categoria, é de excelentes 27,5kgfm com os dois combustíveis.
Agora ele conta com direção elétrica, que otimiza ainda mais a condução do SUV, deixando o volante firme em altas e leve em baixas velocidades. A transmissão continua a automática CVT, mas de nova geração e com oito marchas simuladas. O único deslize do conjunto são os freios, a disco apenas na dianteira, a traseira utiliza o sistema de tambor.
Se antes o Captur era manco, com o motor 1.6, agora ele se torna um dos modelos mais espertos da categoria. No pouco tempo no qual passamos com ele, foi possível perceber que o propulsor trabalha muito bem e que ficou impressionantemente encaixado com a transmissão.
Ao contrário do padrão comum dos CVTs, que normalmente são fracos nas respostas, o do Captur atende muito bem aos comandos do acelerador. A capacidade da caixa é tão grande, que chega a “levantar suspeitas” se realmente é uma transmissão continuamente variável.
Todas as manobras são feitas com extrema facilidade e segurança. A cada pisada no acelerador, o carro “instiga” o motorista a acelerar mais, mostrando que o motor trabalha de forma vigorosa. No curto tempo que ficamos com ele, rodamos basicamente na estrada. Graças ao novo motor, as ultrapassagens e retomadas foram feitas sem nenhum esforço.
Como esta é apenas as “Primeiras Impressões” do Captur 2022, não foi possível medir o consumo do utilitário, apenas em um teste completo que podermos comprovar se ele segue o apontado pela marca, que é de 12km/l na estrada e 11,1km/l na cidade com gasolina e de 8,3km/l e 7,5km/l com etanol.
A opinião do Diário Motor
Como praticamente todo veículo zero quilômetro à venda no Brasil, o Captur, principalmente sua versão topo de linha, exagera no valor pedido. O utilitário que sempre teve um visual melhor que o irmão Duster mas que pecava em outros detalhes, finalmente ganha um motor a altura do design.
O propulsor 1.3 turbo é o grande astro do utilitário compacto, com fôlego de sobra, ele anda muito bem. Outro aspecto positivo é a transmissão automática, que nem parece uma caixa CVT. O maior deslize é a lista de equipamentos, que poderia ser ainda melhor. Vale o teste drive com possível compra! Nota: 7,5.
Ficha técnica
Motor: 1.3 turbo
Potência máxima: 170/162cv
Torque máximo: 27,5kgfm
Transmissão: automática do tipo CVT
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e barra estabilizadora na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 437 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.619 x 1.813 x 4.379 x 2.673mm
Preço: R$ 138.490