GM Spin LTZ, testamos a versão intermediária da derradeira minivan

A configuração de cinco lugares do último monovolume disponível no mercado aposta no amplo espaço interno

Ao longo da história, a indústria sempre passou por mudanças, algumas mais rápidas e bruscas, outras profundas e contínuas, mas continuamente em mutação. No setor automotivo não é diferente, a cada período existem modificações que mudam para sempre um segmento ou a cadeia industrial como um todo. 

Atualmente, vivemos três profundas transformações, a tecnológica – que passa por um ganho considerável em segurança, conectividade e conforto –, a eletrificação e no formato do setor automotivo como um todo, principalmente no Brasil, com o fortalecimento de algumas categorias e o fim de outras. 

Essas modificações vêm ocorrendo há menos de 10 anos, um período ínfimo dentro da história automotiva. Por aqui, a mais impactante delas é do fortalecimento dos SUVs, principalmente os compactos, e, consequentemente, o enfraquecimento de diversas categorias, como as peruas, hatches médios e minivans.

Os monovolumes perderam o penúltimo integrante no fim do ano passado, o Honda Fit. Com isso, no Brasil, existe apenas um representante, o Chevrolet Spin – nosso “Teste da Vez” –, o guerreiro solitário na briga por espaço contra o “mar” de utilitários que dominam o mercado brasileiro e mundial também. 

Foco no espaço

O espaço interno é o grande destaque da minivan.

Também conhecido como o veículo de sete lugares mais barato disponível no mercado brasileiro, a Spin, na sua versão LTZ (R$ 111.150) – a que testamos – tem opção de apenas cinco assentos, o que libera um espaço monumental no porta-malas. 

No visual externo, pouca alteração em relação às outras versões. A LTZ mantém o estilo atualizado no último facelift do monovolume. A grade frontal é toda em preto brilhante. Os apliques no para-choque, o rack de teto e as rodas também são escurecidas, nesta versão, apenas o logo não foi alterado, mantendo o padrão clássico em dourado. 

Mas o visual interno está obsoleto e pedindo por melhorias.

Se a carroceria evoluiu no último facelift, o interior precisa de uma nova atualização. A cabine sentiu o peso da idade e está bem defasada em relação a outros modelos da própria marca, principalmente no painel de instrumentos, que é analógico e de difícil leitura. 

Apesar do visual e dos materiais simplórios, o acabamento é bom, com peças bem encaixadas e sem rebarbas. O grande destaque é, sem dúvidas, o espaço interno, principalmente por não contar com a terceira fileira de bancos.

Até mesmo uma caixa grande ocupa pouco espaço no porta-malas.

Um ponto interessante é que, mesmo não tendo os sete assentos, a segunda fila (que na LTZ é a última) se mantém corrediça e bipartida, o que otimiza ainda mais o espaço interno, permitindo uma viagem com maior conforto para todos os ocupantes, mesmo para cinco adultos e ainda deixa um ótimo espaço para cargas. 

Como não tem o terceiro banco, o porta-malas tem um tamanho excepcional, de impressionantes 710 litros, difícil de achar em outro veículo. Para se ter uma ideia, ele é 130 litros maior que o SUV médio de maior espaço, o Toyota Rav4 e seus 580 litros, ou seja, é bastante espaço para levar a bagagem de toda a família. 

Bem básica

Até para uma intermediária, a lista de equipamentos da LTZ é básica.

Agora, como falamos, outra grande revolução que o setor automotivo passa, é a tecnológica. E, aparentemente, é outra que a Spin “ignora”. Se a versão topo de linha, que testamos recentemente, peca na lista de equipamentos, imagina a intermediária LTZ. Os itens de série não fogem nem um pouco do usual, mesmo para um veículo de R$ 111.150.

A minivan vem apenas com ar-condicionado manual, auxiliar de partida em rampa, controle de tração e estabilidade, volante e banco do motorista com regulagem de altura, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, piloto automático, central multimídia com tela de sete polegadas e conexão com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay e os básicos vidros, travas e ajustes dos retrovisores elétricos.

A minivan não tem nem velocímetro digital.

Na parte da segurança, ela conta apenas com os itens obrigatórios por lei, como airbag duplo, isofix e cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes. Ou seja, a marca passa a sensação que, não fosse imposto, não teria nem estes itens. 

Para um veículo de mais de R$ 110 mil, mesmo com um excelente espaço interno, era de se esperar mais quatro – no mínimo mais dois – airbags, luz de circulação diurna em LED, alerta de colisão e até auxiliar de frenagem, monitoramento de ponto cego, wi-fi nativo e painel de instrumentos digital, todos presentes na linha Onix, menor e mais barata. 

Sem alteração

A motorização é outra que pede por um up-grade.

Outro ponto no qual a Spin está defasada, até mesmo para os outros modelos da própria Chevrolet, já que a minivan não tem mais concorrentes diretos, é o conjunto mecânico. O monovolume utiliza o ultrapassado motor 1.8 aspirado de míseros 111 cavalos e 17,7kgfm de torque, aliado a transmissão automática de seis velocidades e direção elétrica. 

Assim como a versão de sete lugares, a de cinco também sofre, principalmente na estrada. Falta fôlego em todas as manobras. Dessa forma, a movimentação precisa ser feita com um certo cuidado, principalmente nas ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade.

Do conjunto mecânico, o câmbio é a melhor parte.

Apesar das limitações do motor, a transmissão automática de seis velocidades trabalha bem, sem trancos nas alternâncias de marcha e conta com opção de troca manual na alavanca do câmbio. A direção elétrica também atua bem, deixando o volante leve em baixa e firme em alta. 

Um ponto interessante neste último teste com a Spin foi o consumo. A LTZ até que foi bem, principalmente comparada com a Activ7. Ao fim da avaliação, ela marcou 11,3km/l, bem melhor que os 9.9km/l da versão mais completa. 

A opinião do Diário Motor

Chevrolet Spin LTZ 5L.

A Spin é a última resistência para quem procura um veículo com bom espaço interno, porta-malas grande e não pretende ter um SUV. Mas o modelo da Chevrolet clama por uma grande atualização, que deve ocorrer no ano que vem, principalmente no conjunto mecânico e na lista de equipamentos. 

O monovolume se destaca pelo amplo espaço e porta-malas gigante, capaz de levar muita bagagem e acaba sendo uma opção interessante para quem busca apenas isso, mas sabendo que não terá nenhum “mimo” a mais. Mas se for abdicar do grande volume de carga, é possível encontrar modelos mais interessantes, entre os SUVs, claro. Vale o teste drive com possível compra! Nota: 6,5.

Ficha técnica 

Motor: 1.8

Potência máxima: 111/106cv 

Torque máximo: 17,7/16,8kgfm 

Transmissão: automática de 6 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira

Porta-malas: 710 litros 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.685 x 1.764 x 4.415 x 2.620mm 

Preço: R$ 111.150

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