Foco no consumo: Fiat Cronos 1.3 manual ‘foge’ como poucos do posto
Testamos a ‘temporária’ versão topo de linha do sedã, com pacote visual S-Design e motorização para lá de econômica
Na virada do ano, a Fiat resolveu – finalmente – aposentar o ultrapassado motor 1.8 e.Torq, que equipava diversos modelos da marca entre eles o Cronos. Com isso, todas as versões que utilizavam a motorização foram descontinuadas junto com o antigo propulsor.
Assim, enquanto o sedã não recebe a mais esperada atualização – que deve ocorrer ainda neste ano e que implantará no três volumes o motor 1.0 turbo aliado ao câmbio automático CVT já presente no primo Pulse –, a opção topo de linha fica a cargo da, até então intermediária, Drive 1.3 que, aliado ao pacote S-Design, é o nosso “Teste da Vez”.
Com o pacote S-Design, o acabamento é todo escurecido.
Um ponto interessante é que, ao contrário do irmão hatch, o Argo (que também seguiu a questão da aposentadoria das versões com motor 1.8), o Cronos não incorporou a S-Design como uma configuração permanente. No três volumes, ela continua como um pacote extra.
Dessa forma, ainda é possível escolher a, por enquanto, versão topo de linha do sedã com ou sem os detalhes visuais e tecnológicos. O grande porém disso tudo, para variar, é o preço. O Cronos Drive 1.3 MT já sai por salgados R$ 87.990, o pacote extra custa R$ 4.690 e a pintura igual da unidade testada sai por R$ 1.890, totalizando surreais R$ 94.570.
Brasileiro à italiana
O logo da Fiat tem tom de cobre escuro, ao lado da “Fiat Flag”.
O pacote S-Design, como sempre, foca na alteração visual do modelo com detalhes e acabamento escurecidos e, assim como no Argo, alguns dos detalhes em preto passam a ser em tom de cobre. Além, claro, da incorporação de itens tecnológicos.
A modificação de tom foca o logo na grade dianteira, assim como um pequeno detalhe no para-choque. Já as rodas, capas dos espelhos retrovisores e spoiler traseiro são em preto. Como todos os modelos novos da italiana, ele vem com o Fiat Flag nas cores da bandeira da Itália na grade frontal e conta com faróis com máscara negra.
O interior também é todo escurecido.
Por dentro, o destaque fica pelo teto e colunas escuros, que passam um ar de maior esportividade ao modelo. Seguindo o estilo exterior, quase todos os detalhes são em preto, dos forros de porta ao painel e tecido dos bancos. Apenas uns pequenos pontos no volante são claros e um acabamento no painel e no console centra têm um tom mais cinza.
O acabamento, apesar do exagerado uso de plástico duro, é bem feito e não tem nenhuma peça mal encaixada ou com rebarbas. O espaço é condizente com a categoria, leva quatro adultos com um mínimo de conforto, mas um quinto gera apertos desnecessários. O porta-malas é excelente, com 525 litros, é o maior do segmento.
Mais que a obrigação
Ar-condicionado digital é um dos destaques da S-Design.
O Cronos, com pacote S-Design, fica bem completo. Mas a lista de equipamentos recheada se torna “mais que obrigação” da marca ao pedir quase R$ 95 mil em um sedã compacto 1.3 aspirado manual. Por esse valor, o mínimo que a Fiat teria que fazer – e fez – era caprichar nos itens.
Mas boa parte dos equipamentos são graças ao pacote extra, que deixa o sedã com um bom nível. A S-Design acrescenta ar-condicionado automático e digital, abertura das portas com chave sensorial e partida por botão, faróis de neblina, retrovisores elétricos com “Tilt Down” e câmera de ré.
A central multimídia é de série na Drive 1.3.
Os itens extras se somam aos de série, que englobam painel de instrumentos com tela de 3,5 polegadas, os básicos vidros e travas e central multimídia com display de sete polegadas, conexão Android Auto e Apple CarPlay e duas portas USB.
Na parte da segurança, controles de tração e de estabilidade, monitoramento de pressão dos pneus, sensor de estacionamento traseiro, auxiliar de partida em rampa, controle eletrônico de aceleração e sinalização de frenagem de emergência (ESS).
Terror dos postos
O consumo é o ponto alto do modelo.
O Cronos Drive utiliza o ajustado conjunto mecânico 1.3 flex aliado a transmissão manual de cinco velocidades e direção elétrica. O já conhecido FireFly gera 109 cavalos no etanol e 101 na gasolina com 14,2 e 13,7kgfm de torque, o sistema atua bem dentro da proposta, com bom fôlego e um excelente consumo na cidade.
Durante o teste, realizado em Brasília (lembrando que na capital federal as vias largas e planas fazem com que o gasto com combustível seja mais perto da estrada do que da cidade), o Cronos fez incríveis 16km/l abastecido com gasolina, ou seja, o sedã demora muito para “visitar” os postos de combustíveis.
O 1.3 aspirado atua bem no sedã compacto.
Além disso, o motor trabalha bem. As manobras são feitas com certa facilidade, sem muito esforço. Nas ultrapassagens, basta deixar o giro subir um pouco, estendendo a troca, que ele desenvolve bem, fazendo a movimentação com segurança.
Falando do câmbio, apesar de que ele poderia ter uma marcha a mais, a caixa atua de forma acertada. As trocas são feitas sem engasgos e a alavanca permite alternância precisas e sem dificuldade. Um detalhe interessante é o auxiliar visual indicando o momento certo de subir ou descer a marcha, o que ajuda ainda mais na economia de combustível e para motoristas menos experientes.
Apesar de manual, ele vem com auxiliar de partida em rampa.
Um equipamento que ajuda muito, principalmente em regiões com ladeiras – que não é exatamente o caso de Brasília – é o auxiliar de partida em rampa. Com ele, o veículo fica cerca de três segundos parado, possibilitando que o motorista siga viagem sem se preocupar com que o carro desça.
Outro ponto positivo do conjunto é a direção elétrica. Como qualquer equipamento do tipo, ela permite uma condução muito mais segura, ficando firme em alta velocidade e leve nas manobras de estacionamento.
A opinião do Diário Motor
Fiat Cronos Drive 1.3 S-Design 2022.
O Cronos Drive S-Design, assim como o irmão Argo, mostra do porque a Fiat gosta de apostar em estilos mais refinados. O pacote extra apresenta um ar mais sofisticado ao sedã, além de agregar um bom nível de equipamento. Somado ao visual agradável, detalhes escurecidos e conjunto mecânico bem calibrado, o modelo vai bem.
O porém, como sempre, é o alto valor, afinal, são quase R$ 95 mil em um sedã manual aspirado. O conjunto mecânico, ao menos, garante uma boa dirigibilidade, sem falar no excelente consumo de combustível. O motorista terá uma vida a bordo do Cronos bem tranquila, sem falar no bom espaço interno. Só pelo consumo, já vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 1.3
Potência máxima: 109/101cv
Torque máximo: 14,2/13,7kgfm
Transmissão: manual de 5 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 525 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.508 x 1.726 x 4.364 x 2.521mm
Preço: R$ 94.570
