Emplacamento de eletrificados deve crescer 60% em 2024, diz entidade
De acordo com a ABVE, o Brasil deve comercializar mais de 150 mil veículos elétricos e híbridos neste ano
No geral, o mercado automotivo brasileiro tem uma estimativa de crescimento de 13% para este ano, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No entanto, um segmento que está – muito – mais otimista, o de eletrificados.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o setor deve se manter aquecido e, para 2024, a alta estimada é de 60%. Embora esta porcentagem seja menor do que o ocorrido em 2023 – que foi de 91% –, mas se confirmado, superará as 150 mil unidades emplacadas, um recorde absoluto.
“O veículo elétrico já caiu no gosto do consumidor brasileiro, e essa tendência se confirma ano após ano. Continuaremos a crescer e acredito em 2024 que o mercado seguirá a mesma evolução do final ano passado, optando por tecnologias de zero ou baixa emissão, com um mix em torno de dois terços de veículos plug-in (PHEV e BEV) e um terço de híbridos convencionais (HEV)” – disse Ricardo Bastos.
A ABVE prevê que a preferência dos consumidores observada em 2023, por uma maior predileção para modelos de recarga externa das baterias (que carrega na tomada), como os totalmente elétricos e os híbridos plug-in, repita neste ano. Este tipo de veículo é ainda mais econômico e tem maior eficiência energética.
A associação acredita que o mercado de eletrificados continuará em ritmo intenso mesmo com o retorno, de forma gradual, do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos, anunciado pelo governo federal, e válido já a partir deste mês.
Bastos afirma que o “Programa Mobilidade Verde e Inovação” (Mover), anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços no final de dezembro, contribuirá para dar um sólido horizonte de crescimento ao mercado e aos investidores.
“Minha avaliação é que teremos boas surpresas a partir deste ano, com mais empresas anunciando planos firmes de produção de veículos elétricos no Brasil, atraídas pelos incentivos à eletromobilidade previstos no Mover. Por isso, sigo otimista! A eletromobilidade já é um fenômeno irreversível também no Brasil.”
A entidade também destaca que outras medidas governamentais importantes são os incentivos diretos ao consumidor que já estão sendo concedidos por governos estaduais, especialmente com alíquotas diferenciadas de IPVA e ICMS. A ABVE aponta que essas medidas podem estimular os negócios ligados à eletrificação e, consequentemente, as economias dos estados.