Em busca da coroa, testamos uma das melhores picapes do país, a Ford Ranger
A caminhonete é, de longe, a mais completa do mercado, com diversos itens de segurança
O Brasil tem uma tendência, no mínimo engraçada, onde não necessariamente os melhores veículos são os que mais vendem. Uma categoria que exemplifica isso é a de picapes médias. Entre as caminhonetes, a liderança — com folga — é da Toyota Hilux, seguida por Chevrolet S10 e com a Ford Ranger fechando o pódio.
A picape americana só aparece em terceiro lugar, mas ela é, de longe, melhor que as concorrentes e em diversos fatores. Testamos a versão Limited da Ranger, a topo de linha do modelo da marca oval, que, entre outros, conta com frenagem automática e motor de 200 cavalos.
A picape recebeu o facelift de meio de vida neste ano.
A Ranger passou recentemente por um facelift de meio de vida, que modificou levemente o visual externo, acrescentou itens de segurança e manteve o excelente conjunto mecânico. Mesmo com uma lista de equipamentos maior, ela ainda é mais barata que as principais concorrentes.
A Ranger Limited sai por R$ 192.790 (a versão testada custa R$ 194.390 por causa da pintura perolizada em cinza), enquanto a Hilux GR-S custa impressionantes R$ 214.990. A S10 High Country não fica muito atrás, partindo de salgados R$ 198.490.
Destaque da turma
Poderoso motor de cinco cilindros e 200 cavalos.
Além do preço menor e a lista de equipamentos maior, a Ranger conta com um conjunto mecânico mais calibrado. O motor é um cinco cilindros 3.2 de 200 cavalos e 47,9kgfm de torque. A Hilux é bem mais fraca, com apenas 177 cavalos e 45,9kgfm.
Já a S10, conta com um equipamento parecido, que gera os mesmo 200 cavalos, e um torque ainda maior, de 51kgfm de torque. No entanto, por ter um cilindro a menos, não anda tão bem quanto a rival americana.
Todas são equipadas com transmissão automática de seis velocidades. A direção das americanas são elétricas (as únicas do mercado com essa opção), enquanto na japonêsa é hidráulica.
Cabine manteve o estilo sóbrio.
A capacidade de aceleração da Ranger é impressionante. E olha que estamos falando de um veículo de 2.261kg (a mais pesada das três) e que, mesmo assim, acelera como um automóvel pequeno.
Basta pisar no acelerador para a picape disparar pelo asfalto e sem qualquer tipo de esforço. Todas as manobras, de ultrapassagens a retomadas de velocidades, são feitas sem o menor esforço e com extrema segurança.
Mesmo com seus 5.254mm de comprimento, ela se move com facilidade no trânsito do dia a dia. O mesmo não podemos dizer de manobras em estacionamentos, mas a direção elétrica e os sensores na dianteira e na traseira auxiliam — e muito — na hora de entrar e sair de uma vaga apertada.
Visual foi levemente alterado.
Na hora da direção, sistemas de condução auxiliam o motorista. Entre os itens disponíveis — e únicos em uma picape no mercado brasileiro –, piloto automático adaptativo, assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres, reconhecimento de sinais de trânsito e auxiliar de permanência em faixa.
A principal novidade para a linha 2020 é o assistente de frenagem. O sistema trabalha de duas maneiras, com avisos e atuando nos freios. Em um primeiro momento, ele só alerta o motorista que existe uma colisão iminente. Se nada for feito, a picape freia sozinha.
Conforto otimizado
Está mais confortável andar na picape, inclusive atrás.
Outra novidade da Ranger na linha 2020 é a suspensão. A Ford não chegou a trocar o sistema, apenas recalibrou as peças. Mesmo assim, o rolar da picape ficou muito mais confortável e macio.
É uma tendência natural que caminhonetes e utilitários, principalmente os off-road, sejam mais desconfortáveis, mas não é o caso da americana.
A tampa da caçamba está mais leve e segura.
Ao contrário de outros modelos, a picape da Ford é muito confortável, mesmo vazia. A Ranger não “quica”, a sensação é como se a caçamba estivesse cheia, de tão firme e macio o rodar dela é. Na hora de andar em terrenos mais acidentados, é que a caminhonete vai bem.
Falando em conforto, a tampa da caçamba está bem mais leve, o que facilita a abertura e o fechamento da peça. Agora, ela não desaba mais, mesmo ao abrir, ela se mantém estável e não cai sozinha, o que também otimiza a segurança.
Força bruta
Controles do sistema 4×4 fica ao lado da alavanca do câmbio.
Se tem um aspecto que aproxima todas as picapes do segmento é o off-road. O nível da categoria é bem parecido, todas mandam bem e com a Ranger não é diferente.
O sistema da americana é completo com 4×2, 4×4, 4×4 com reduzida, bloqueio do diferencial e auxiliar de descida. As funções são facilmente acessadas, por meio de botões no console central, ao lado do câmbio, bem a mão do motorista.
Alta capacidade off-road.
O único porém da Ranger na hora de encarar uma trilha, principalmente uma mais pesada, são os pneus. Por ser a versão topo de linha, a Limited tem um composto mais urbano, voltado para a cidade. Assim, em alguns trechos, é preciso acionar a reduzida para poder ultrapassá-los com mais facilidade.
No mais, o sistema atua de forma exemplar e não há obstáculo que ele não consiga transpor sem esforço. Mesmo em áreas repletas de lama, o 4×4 faz a picape atravessar sem maiores problemas. Na hora de encarar uma inclinação com cascalho, basta ativar o controle de descida que o modelo faz tudo sozinho.
Bem equipada
Ar-condicionado dual zone.
A lista de equipamentos da Ranger Limited é bastante generosa, melhor até que muito carro de passeio. São tantos itens presentes na picape, que a torna a mais completa do segmento.
Na parte da segurança, ela vem com controles de tração, estabilidade, oscilação de reboque e adaptativo de carga, assistente de partida em rampa, sistema anticapotamento, sete airbags, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, monitoramento de pressão dos pneus e câmera de ré.
Tela dupla no painel de instrumentos aponta o lado moderno da picape.
Isso sem falar no auxiliares de condução como de permanência em faixa, piloto automático adaptativo, reconhecimento de sinais de trânsito e assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres.
Na parte do conforto, destaque para ar-condicionado digital dual zone, central multimídia com tela de oito polegadas e painel de instrumentos com duas telas de 4,2 polegadas.
Entre os mimo, luz ambiente configurável.
A picape ainda conta com faróis automáticos e baixos em xênon, bancos de couro, sensor de chuva, estribos plataforma, luz de circulação diurna em LED, abertura das portas e partida sem a chave, tampa traseira com travamento elétrico e luz ambiante configurável.
A opinião do Diário Motor
Ford Ranger Limited 2020.
A nova Ranger mostra que a Ford está anos à frente das concorrentes, principalmente no quesito equipamentos, quando falamos de picapes médias. Ela é a única do segmento a contar com auxiliares de condução, como auxiliar de frenagem e piloto automático adaptativo.
O visual, ainda moderno, pouco foi modificado e continua agradável. Assim como o conjunto mecânico, um dos mais modernos da categoria. E a marca ainda mexeu na suspensão deixado-a mais confortável. O sistema 4×4 é exemplar e funciona de forma plena.
Faróis em xênon e luz de circulação diurna em LED.
O grande porém poderia ser o preço. Mas, mesmo saindo por R$ 192.790, ela é bem mais barata que as topo de linha das duas principais concorrentes, outro trunfo para a americana. Dessa forma, ela é uma das melhores, senão a melhor, opção do mercado para quem procura uma picape média. Vale a compra! Nota 9.
Ficha Técnica
Conjunto mecânico robusto como deve ser em uma picape.
Motor: 3.2 turbodiesel
Potência máxima: 200cv
Torque máximo: 47,9kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e eixo transversal na traseira
Freios: a disco nas quatro rodas
Capacidade de carga: 1.009kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.848 x 1.860 x 5.354 x 2.261mm
Preço: R$ 192.790
