Presidente da CPMI diz não ter poder para trocar relatora
O presidente da comissão Arthur Maia (União-BA) sugeriu a parlamentares a procurarem o Judiciário para destituir relatora
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o deputado Arthur Maia (União-BA) alegou não ter poderes para destituir a senadora Eliziane Gama ( PSD-MA) da relatoria do colegiado e ressaltou que se congressistas desejarem seguir nesse objetivo devem procurar o Poder Judiciário.
Durante a sessão nesta terça-feira (19), o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) pressionou o presidente da CPMI para iniciar o processo de afastamento da relatora por desconfiança e por ‘flagrante parcial’ na condução dos seus trabalhos. Izalci utilizou como base os princípios constitucionais de publicidade, imparcialidade e moralidade públicas.
Em resposta, Maia o advertiu: “não venha dirigir a essa presidência um requerimento que vossa excelência bem sabe eu não tenho poder para decidir. Eu não tenho poder para tirar relatora, para trocar relatora […] Não é razoável querer me colocar nessa posição jogando a opinião pública contra mim“.
Eliziane Gama foi denunciada pelo deputado federal Filipe Barros (PL-PR) por supostamente coordenar perguntas e respostas no depoimento do general Gonçalves Dias, mais conhecido como G.Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), realizado no dia 31 de agosto. Além disso, Filipe Barrou expôs que houve um encontro entre G.Dias e o chefe de gabinete da relatora, no qual o ex-chefe da GSI teria recebido o documento com perguntas e respostas que foram realizadas no depoimento.
Como prova o deputado mostrou prints de mensagens entre o Gabriel Dias, filho do G.Dias ,com o pai, onde avisa o ex-GSI de Lula de um suposto encontro com um assessor da relatora.
A senadora se defendeu alegando que as perguntas foram baseadas em documentos conhecidos de outras investigações e disse que estão tentando distorcer os fatos com malabarismos e engenharia para alegar que houve coordenação prévia. Entretanto, ela não explicou a troca de mensagens.
As pressões para a troca da relatora se intensificaram na semana passada, quando o deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) apresentou uma petição solicitando a renúncia do cargo da relatora que respondeu dizendo que nunca se encontrou com o filho de G.Dias e classificou o comportamento da oposição como “desespero”.