Michele fala de futuro e confirma: irá empreender com ‘Mijoias’
O Partido Liberal (PL) confirmou o que a base bolsonarista já sabia: Michele Bolsonaro é um fenômeno de aceitação e popularidade. Na presidência do PL Mulher, a ex- primeira-dama do Brasil se acostuma com ataques que deixaram de visar apenas o ex-presidente da República,Jair Bolsonaro,e fizeram de dela um alvo reincidente.
“Eu tinha duas escolhas diante dessa situação: ficar triste assistindo essas mentiras e ataques incessantes e ser, novamente, atingida pela depressão; ou poderia escolher ser uma mulher forte, “dar a volta por cima” de tudo isso e fazer do limão uma limonada bem docinha!”, afirmou.
Com maturidade política, Michele Bolsonaro alerta para o resultado das negociações entre Parlamento e Planalto pelo avanço de matérias no legislativo: “o governo não tem uma base no Congresso e não consegue passar nada se não ‘der muita coisa em troca’. E nós já sabemos que esse é um dos caminhos para o caos econômico e social no país porque já vivemos isso no passado quando esse partido esteve no poder”.
A presidente do PL mulher falou da relação entre fé e suas aspirações políticas, criticou ‘retrocessos’ do governo Lula e confirmou a formatação do projeto ‘Mi joias e Semijoias’ para fazer frente às acusações em torno dos presentes recebidos pelo governo Bolsonaro. Confira na íntegra:
DP: Durante a gestão Bolsonaro ficou evidente que sua fé atraiu um comportamento de intolerância por parte de movimentos de esquerda. Isso permanece?
Michele Bolsonaro: Eu quero agradecer a oportunidade de estar com vocês para conceder essa entrevista e cumprimenta-los pela celebração dos dez anos do Diário do Poder.
Bem, a nossa Constituição Federal assegura a liberdade religiosa para todos os brasileiros, e isso inclui a Primeira-Dama. Confesso que fiquei chocada quando percebi o nível de hipocrisia de alguns segmentos partidários, midiáticos e sociais, que sempre se colocaram a favor das manifestações de determinadas religiões mas, em seus atos e palavras, revelaram-se grandes perseguidores de cristãos.
Confesso que isso me deixou muito triste porque o respeito pelas manifestações religiosas deve valer para todos em nosso país. No governo do Jair, nós fazíamos questão de assegurar que essa liberdade religiosa acontecesse. O fato de eu ou ele professarmos uma determinada religião, em nada fere a laicidade do Estado: o Estado é laico, eu sou cristã protestante e cada cidadão pode ter e expressar a sua fé livremente.
A resposta, portanto, é sim, infelizmente, permanece.
Parece que o atual governo e seus apoiadores não querem que a atenção do povo esteja voltada para o que eles vêm fazendo – e também deixando de fazer – e, para conseguir isso, apontam todos os “canhões da mídia” para o Jair, para mim e toda a nossa família com a produção de narrativas infundadas que atuam como cortina-de-fumaça. Recentemente, fui informada por algumas pessoas que uma operação deflagrada pela Polícia Federal teria sido “batizada” com a designação de um versículo bíblico numa espécie de deboche para me atingir, por causa da minha fé.
Respeito, profundamente, a nossa Polícia Federal e demais instituições de Estado, e espero, sinceramente, que isso não seja verdade, pois seria um desrespeito muito grande para com milhões de cristãos no Brasil que creem na Palavra de Deus.
DP: Faltam políticas efetivas para as mulheres no atual governo? Como o PL tem atuado para preencher lacunas nesse sentido?
Michele Bolsonaro: Eu diria que, em pouco mais de oito meses desse governo, alguns retrocessos já podem ser percebidos pela população – em especial pelas mulheres – e, eu sinto dizer: a tendência é piorar! O governo não tem uma base no Congresso e não consegue passar nada se não “der muita coisa em troca”. E nós já sabemos que esse é um dos caminhos para o caos econômico e social no país porque já vivemos isso no passado quando esse partido esteve no poder.
As mulheres são maioria absoluta no nosso país e, portanto, ainda que indiretamente, nós e as nossas amadas crianças, seremos sempre atingidas de maneira mais contundente, não só pelos retrocessos nas políticas para mulheres, mas nos retrocessos em todas as áreas de políticas públicas. Por exemplo: o aumento monstruoso da gasolina, a iminente escassez de leite, a redução do número de famílias recebendo os programas sociais do governo, o aumento do desemprego, o excesso de impostos, enfim, tudo isso atingirá as mulheres de forma mais impactante. Então, para um candidato que ficava iludindo as mulheres dizendo que esse seria o governo no qual todos comeriam “picanhazinha”, que seria um governo para elas, na verdade, está sendo um governo para atrapalhar a vida delas.
No PL, como oposição, estamos trabalhando em duas frentes: a primeira frente, utiliza o monitoramento parlamentar (dos Projetos de Lei em geral e Decretos do Executivo), e os parlamentares ficam alertas para a preparação de ações de contenção imediata (oposição e obstrução) de todas as medidas propostas pelo governo e seus aliados que possam prejudicar as mulheres, em especial, naquilo que foi conquistado no governo Bolsonaro.
Já a segunda frente está diretamente ligada ao trabalho que venho fazendo com a minha equipe em vários estados do Brasil. Nós estamos estruturando os diretórios estaduais e municipais com o movimento PL Mulher.
O nosso objetivo é bem claro: O PL Mulher quer ir além do cumprimento obrigatório de quotas, nós seremos o fator de mudança positiva da política brasileira por meio do fomento, da preparação e do acompanhamento de candidaturas e mandatos de mulheres que tenham a plena convicção de que nós precisamos atuar e fazer a diferença na política. Se realmente é possível – e nós acreditamos que é – construir um país mais justo, mais livre e com mais igualdade de oportunidades para todos; nós temos a certeza de que essa mudança passa pela maior participação efetiva das mulheres brasileiras, que vivem os valores conservadores, nas esferas políticas e de poder do nosso Brasil.
DP: Qual será o maior legado da sua gestão à frente do PL mulher?
Michele Bolsonaro: Eu sou uma mulher que tem uma história de vida marcada pela superação de grandes dificuldades como a maioria das mulheres do nosso país. Desde muito cedo eu comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe e também aderi ao serviço voluntário para ajudar as pessoas que mais sofrem. Sempre pude acompanhar de perto, com muita empatia, as dores (e também a garra) dos mais vulneráveis.
Como Primeira-Dama eu abracei a oportunidade de dar visibilidade às pessoas (em especial às crianças) com deficiência e com doenças raras; pude incentivar que as pessoas aderissem ao voluntariado; pude conviver e dar visibilidade à causa das mães-atípicas (mães de crianças com doenças raras) que enfrentavam sozinhas suas dificuldades porque (muitas delas) foram abandonadas por seus companheiros. Essas mães-atípicas tiveram que abrir mão de tudo, até mesmo dos cuidados básicos – que nós mulheres precisamos tanto – para poder cuidar de seus filhos. Enfim, aprendi muito, vivi muito e sei que, não só eu, mas todas as pessoas de bom coração, precisamos agir muito! Quanto a Presidência do PL Mulher Nacional, quando eu fui convidada, fiz uma proposta ao nosso Presidente Valdemar: eu aceitaria, com muito orgulho, se eu pudesse conciliar o meu tempo de mãe e dona-de-casa com o cargo de Presidente do PL Mulher. Como vocês sabem, ele não só aceitou como me deu total autonomia e prometeu seu apoio especial para que, agora, nós passemos a um outro patamar em termos de movimento partidário feminino. Nós incentivaremos, prepararemos e apoiaremos as candidaturas femininas em todo Brasil para que seja promovida uma verdadeira mudança no país. E não nos contentamos em apenas cumprir quotas, nós iremos além.
O Partido Liberal está trabalhando para ser o Partido da Mulher Brasileira. Se eu conseguir motivar e inspirar essas mulheres a fazerem a diferença pelo nosso país e pelo nosso povo, eu acredito que terei cumprido a minha missão e esse será o meu legado: teremos mulheres com o coração cheio de entusiasmo e vontade para fazer acontecer na política e na sociedade como um todo.
Nós, mulheres, fazemos acontecer! É verdade ou não é? É claro que para isso nós queremos contar com o apoio de homens de bem porque nós acreditamos que a soma dos dons femininos com os masculinos pode gerar muito mais resultado do que a divisão. Quem gosta de divisão é o outro lado, nós gostamos da conjugação dos esforços; nós buscamos a união entre mulheres e homens para construção de um Brasil melhor para todos.
DP: Sei que a senhora não quer antecipar nenhuma posição quanto a uma eventual candidatura. Mas eu gostaria de mudar o ângulo da questão: qual é a esfera eletiva que mais desperta seu ímpeto por ajudar as pessoas: legislativo, executivo municipal, estadual ou executivo federal?
Michele Bolsonaro: Como eu já disse antes, desde que eu era uma adolescente eu me engajei em trabalhos sociais para ajudar as pessoas, então, quando se quer ajudar, todo lugar é lugar, todo tempo é tempo. Logicamente, quando uma pessoa que quer fazer o que é certo e bom para as pessoas, dispõe dos instrumentos do poder político, o bem que ela pode fazer para a sociedade se expande de maneira grandiosa. Em política, se você quer fazer o bem, você pode estar em qualquer esfera: federal, estadual ou municipal; no Legislativo ou no Executivo.
Minha opinião é que existem algumas características as quais defino como essenciais para qualquer pessoa que queira atuar de maneira correta na política: 1) Honestidade, respeito e lealdade para com aqueles a quem você representa; 2) Retidão de caráter e propósitos ancorados em valores sólidos; 3) Resiliência para suportar as muitas dificuldades que, certamente, surgirão; e 4) Temor e obediência a Deus.
Não tenho nenhuma definição de resposta quanto a sua pergunta, mas eu posso te dizer o seguinte: Em todas as áreas de minha vida eu sempre me pautei pelas características acima, com uma diferença: eu sempre começo pela número 4. Portanto, quando – e se – Deus acender uma chama no meu coração apontando para algo nesse sentido, eu O obedecerei e irei para onde Ele mandar.
DP:‘Mi joias vem aí? Já existe um projeto nesse sentido?
Michele Bolsonaro: Eu gosto de contextualizar as coisas. Primeiro, quero deixar bem claro que, ao contrário do que parte da imprensa saiu dizendo por aí, isso não tem nada a ver com suposto desrespeito ou “fazer piada” com o que quer que seja. Eu estava muito triste com todos esses ataques mentirosos que uma parte da mídia e os militantes de extrema-esquerda vinham e vêm fazendo contra mim.
Eu tinha duas escolhas diante dessa situação: ficar triste assistindo essas mentiras e ataques incessantes continuarem e ser, novamente, atingida pela depressão; ou poderia escolher ser uma mulher forte, “dar a volta por cima” de tudo isso e fazer do limão uma limonada bem docinha! Por isso, resolvi empreender e criar a minha coleção.
Portanto, é verdade, sim. O modelo de negócio ainda não está finalizado, mas pretendo que seja algo, por exemplo, que viabilize que mulheres que queiram empreender ou serem representantes possam obter liberdade financeira ou reforço do orçamento doméstico. Estamos definindo como isso vai funcionar, mas pretendo lançar o mais rápido possível.
Em breve vocês conhecerão as joias da Michelle, a resposta virá com a Mi Joias e SeMijoias! Eu espero que aquela emissora que, dizem, está recebendo “verbas abundantes” do atual governo e que gosta tanto de “assassinar” a minha reputação e da minha família faça muita propaganda gratuita para minha coleção.