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Após 9 meses no cárcere e doente, jornalista é solta

Defesa destacou comorbidades e quadro psicológico instável

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Klio Hirano aparece em fotografia com o comunista Orlando Silva, na condição de diretora de comunicação de associação em São Paulo.
 A defesa da jornalista Klio Damião Hirano, presa em dezembro de 2022, confirmou ao Diário do Poder que ela está em liberdade, em virtude de alvará expedido no último dia 06, após novo pedido dos advogados Sérgio Luís Nery Júnior, Nilson da Silva e Antônio Emílio Darmaso Eredia.
Segundo a família, após aproximadamente 9 meses detida na Colmeia, Klio Damião Hirano, “está perdida dentro de si”.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu a apelação da defesa em observância ao agravamento de comorbidades e um quadro psicológico instável, comprovado por laudo clínico.

O advogado Nery Júnior afirma que Klio foi submetida ao “cerceamento de direitos humanos básicos. Ficou isolada em sela solitária mofada, sem luz, comendo alimentos, muitas vezes, estragados, sujos, com larvas e besouros”.

A decisão que concedeu liberdade à Klio ressalva que a jornalista deve usar tornozeleira eletrônica enquanto durar o processo que decorre do inquérito instaurado, que está impedida de usar as redes sociais, deixar seu domicílio e tentar sair do país.
Candidata a prefeita de Tupã, interior de São Paulo, a jornalista registrada sob o número 0087118/SP, aproximou-se do movimento político de direita, mas antes disso teria transitado, como comunicadora, por ambientes de diversos segmentos partidários.
Defesa e familiares testemunham que, enquanto Diretora de Comunicação da Associação dos Consultores, Assessores e Articuladores Políticos do Estado de São Paulo ( ACAAPESP), e autora de conteúdo independente para redes sociais, Klio teria colecionado interações com diversos nomes da política, como o comunista Orlando Silva (PCdoB-SP) e o atual ministro de Lula, Márcio França (PSB-SP).
Em dezembro de 2022, Hirano estava em Brasília por ocasião da diplomação de Lula e Alckimin no TSE. Segundo as informações, no dia 12 de dezembro, a jornalista, esteve nas imediações do Grand Mercure Hotel, acompanhando movimentações e os bastidores da transição do governo Lula, acertada no complexo de luxo.
Avisada da prisão do Cacique Tsererê, Hirano teria se dirigido às pressas para registrar o tumulto que formou-se em torno da invasão da sede da PF.
Segundo a defesa, um registro da atuação de Klio, feito por uma policial militar que estava à paisana, foi a ‘materialidade’ utilizada para a  abertura do processo  que resultou  em sua detenção.
A mulher, segundo o relato de Hirano, se passava por cidadã comum e filmava tudo, como se também produzisse conteúdo independente.
No dia 28 de dezembro, a jornalista foi detida. A decisão contrariou a Procuradoria Geral da República (PGR) que se manifestou contrária à prisão.
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