Ofensas diante dos filhos

Senador relata à PF que secretário o ameaçou em estádio de Alagoas

Candidato de oposição ao governo de Alagoas, Rodrigo Cunha ofereceu notícia criminal contra delegado titular da pasta de Prevenção à Violência

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Momento da confusão envolvendo Kelmann Vieira de boné e Rodrigo Cunha ao deixar o estádio com os filhos. Fotos: Reprodução redes sociais

O senador e candidato a governador de Alagoas, Rodrigo Cunha (UB-AL), apresentou ontem (17) uma notícia-crime  em que solicita à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Alagoas a abertura de um inquérito para apurar supostos crimes que atribui ao secretário estadual de Prevenção à Violência e delegado da Polícia Civil de Alagoas, Kelmann Vieira. O candidato oposicionista acusa o secretário e seus seguranças de ofendê-lo e ameaçá-lo fisicamente diante de seus filhos, duas crianças, durante partida de futebol no estádio de Arapiraca (AL), no domingo (14). Kelmann nega ter ofendido ou ameaçado o senador.

No documento, Rodrigo Cunha pede o afastamento de Kelmann das suas funções de secretário e medida cautelar para que ele seja proibido de se aproximar do senador. O candidato ainda vai processar o secretário para que arque com eventuais danos morais.

Na notícia-crime, o advogado do senador, Thiago Pinheiro, relata que Kelmann Vieira estava armado, e destaca que uma tragédia, na frente dos filhos de Rodrigo Cunha, não ocorreu em virtude da não reação e da pacificidade do candidato a governador de Alagoas.

“Não foi algo simples o que aconteceu no dia do jogo do ASA. O senador Rodrigo Cunha estava com os filhos, o segurança do suspeito estava armado e uma reação, mínima do senador Cunha, poderia ter desencadeado uma tragédia, mais uma que entraria para a história de crimes violentos em nosso estado”, finalizou Thiago Pereira.

Veja o relato do senador Rodrigo Cunha sobre o caso:

Reações contra violência política

O caso resultou em diversas manifestações de apoio ao senador e de desagravo à atitude violenta atribuída ao gestor que comanda a políticas públicas de prevenção à violência em Alagoas. Até o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) cobrou responsabilização dos agressores.

As manifestações de solidariedade voltaram a repudiar  os crimes políticos, lembrando que Rodrigo Cunha é vítima de um destes casos de pistolagem que marcou a história do Brasil pela covardia e impunidade. Em 16 de dezembro de 1998, a mãe do senador e então deputada eleita, Ceci Cunha, foi trucidada com tiros de metralhadora e espingarda 12 na varanda de sua casa, em Maceió, na noite em que foi diplomada pela Justiça Eleitoral. Também morreram na chacina seu marido Juvenal Cunha da Silva (pai de Rodrigo Cunha), o cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza e a mãe de Iran, Ítala Neyde Maranhão.

Para preservar a integridade física e moral do candidato do União Brasil, sua defesa também vai acionar a Corregedoria da Polícia Civil para que haja apuração de eventual falta funcional de Kelmann Vieira, enquanto delegado.

A defesa do senador informou que a PF tem 30 dias para instaurar o procedimento, que deve ser tratado com urgência pela instituição, em virtude da gravidade do crime cometido contra um senador e candidato governador.

“Os pedidos que constam na notícia-crime se justificam em muitos aspectos, sobretudo porque a política em Alagoas, infelizmente, possui um histórico de derramamento de sangue. Mais que isso, é pública a trágica história de violência na qual foram envolvidos o próprio senador Rodrigo Cunha, que teve a mãe, a então deputada federal, Ceci Cunha, [assassinada] justamente por questões políticas”, declarou Thiago Pinheiro.

Veja trechos da confusão no estádio, em vídeo publicado no canal de Ângelo Farias, no Youtube, e no site 7 Segundos:

Outro lado

Vereador licenciado por Maceió, onde foi presidente da Câmara, o secretário Kelmann Vieira negou participação no que classificou como “fatos lamentáveis” na partida de futebol vencida nos pênaltis pelo time de Arapiraca, ASA, contra o Rio Branco, pela Série D do Brasileirão. E culpa Rodrigo Cunha por ter causado o tumulto ao reagir a vaias.

Veja o vídeo em que ele se defende:

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