Irregularidades confirmadas

Nova fase da Operação Apneia fecha cerco a fraude de R$ 11,5 mi na Prefeitura do Recife

Compra de 500 respiradores envolve documentos falsos de empresa e descaso com exigências

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Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) atuam conjuntamente nesta quinta-feira (23), em Pernambuco, na terceira fase da Operação Apneia, que aprofunda investigações sobre irregularidades em contratos de R$ 11,5 milhões firmados pela Prefeitura do Recife, com dispensas de licitação, para compra de 500 respiradores pulmonares para enfrentar a pandemia causada pela Covid-19.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo quatro no Recife e um em Sumaré (SP), além de medida cautelar de afastamento das atividades econômicas de um investigado. O trabalho conta com a participação de dois servidores da CGU e cerca de 18 policiais federais.

A CGU afirma que a partir da análise dos materiais apreendidos e das demais diligências efetuadas nas duas primeiras fases da Operação Apneia, foi possível confirmar as irregularidades nas dispensas de licitação, a exemplo da inserção, por parte dos representantes da empresa investigada, de documentos falsos nos processos de compra.

Além disso, constatou-se que a gestão municipal não exigiu o cumprimento de requisitos de habilitação pertinentes, em especial no que se refere à aquisição de equipamentos sem o devido registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os auditores da CGU constataram, ainda, que apesar da documentação obtida evidenciar a entrega de apenas 35 ventiladores pulmonares pelo fornecedor, a Prefeitura de Recife (PE) atestou recebimento e efetuou pagamento referente a 50 equipamentos, resultando num dispêndio indevido de R$ 322,5 mil.

“Apenas após a divulgação na imprensa local de fatos acerca de irregularidades nessas dispensas e a notificação de investigação criminal preliminar pela Polícia Civil de Pernambuco, a Prefeitura resolveu, a pedido do grupo empresarial investigado, devolver os equipamentos e promover o ressarcimento dos valores pagos, sem aplicação de penalidade ao fornecedor”, afirma a CGU.

Impacto Social

A aquisição de ventiladores pulmonares sem autorização da ANVISA para uso em seres humanos impactou as ações de enfrentamento da pandemia causada pela Covid-19 justamente na sua fase mais crítica, até o momento, na capital pernambucana. Os recursos dispendidos para a contratação não tiveram retorno para a população, haja vista que os equipamentos não estavam aptos para uso.

A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém o canal Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”. (Com informações da Comunicação da CGU)

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