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No dia 7, missão da PM-DF era mesmo caçar repórteres

Suspeita é que havia ordem para machucar jornalistas, dia 7, em Brasília

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São cada vez mais consistentes os indícios de que a Polícia Militar do Distrito Federal deliberadamente procurou atingir jornalistas que faziam a cobertura das manifestações de 7 de setembro, em Brasília, fazendo parecer que havia de fato uma ordem superior para que procurassem atingir os profissionais de imprensa.

 

Nenhum outro grupo profissional e nem mesmo os manifestantes agressivos, como aqueles da gang Black Block, foram atingidos em número tão significativo quanto jornalistas. Repórteres foram sistematicamente atacados por cães, sapray de pimenta, socos, pancadas com cassetetes e até bala de borracha, como a que atingiu a parte lateral do tórax do repórtefotográfico André Coelho, do jornal O Globo. Ele publicou em sua página no Facebook uma foto mostrando as marcas do tiro. Ele também foi alvo de bombas arremessadas por PMs em sua direção, como provam registros fotgráficos.

O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF, Ibaneis Rocha, exigiu imediatamente, ainda no sábado (7), que as agressões a jornalistas e a manifestantes fossem apuradas. Somente na segunda-feira (9) o Sindicato dos Jornalistas do DF se manifestou, protestando contra a truculência, comparando-a aos “piores momentos da ditadura”.

Após a pressão das duas entidades, o Ministério Público do DF anunciou que iniciaria processo investigativo para apurar os “excessos” da PM.

Três fotógrafos do Correio Braziliense também foram agredidos por policiais militares, com jatos de spray de pimenta. A repórter fotográfica Monique Renne fazia fotos de colega atingida, perto da Torre de Tevê, quando um PM investiu contra ela, apontando o spray de pimenta. Corajosa, Monique deu uma lição de coragem para o PMDB covarde, mantendo a câmera apontada para ele. Os jornalistas Carlos Vieira e Janine Morais também sofreram agressões. O repórter Arthur Paganini foi empurrado por um policial e, em seguida, recebeu um spray de pimenta de outro PM.

Outro jornalista agredido cavardemente pela PM-DF foi Luciano Nascimento, repórter da Agência Brasil. Ele havia testemunhado no Setor Hoteleiro Sul policiais da Tropa de Choque da PM do DF atirar uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça de um manifestante e, ao apurar o fato, mesmo se identificando, foi agredido por três policiais com spray de pimenta e empurrões.

Ueslei Marcelino, repórter fotográfico da Agência Reuters, foi ferido ao tentar fugir dos cães controlados pelo Choque nos arredores do estádio Mané Garrincha, em Brasília. ?Os policiais jogaram os cachorros em cima da imprensa, foi na maldade mesmo. Gritaram ?pega, pega??, afirmou o profissional ao site UOL. Enquanto fotografavam e conversavam com Marcelino, repórteres e fotógrafos foramatacados com spray de pimenta. Policiais o cercaram Ueslei e o jogaram ?de qualquer maneira? dentro de um carro do Choque, mesmo ele reclamando que estava com dor, pois suspeitava que tinha torcido o joelho ao correr, até a chegada da ambulância do Samu.

O fotógrafo foi levado de ambulância ao Hospital de Base onde fez um raio X, que não detectou fratura. Procurada, a PM nega que os policiais tenham ameaçado jornalistas com cães e afirma que o fotógrafo caiu sozinho.Houve correria e bate-boca.O fotógrafo Fábio Braga, da Folha de S. Paulo esteve entre os jornalistas atacados pelos cachorros da PM, mas não ficou ferido.

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