MP investiga ex-prefeito por crimes de R$6 milhões em aterro de AL
Nem de Humberto é suspeito de enriquecer com crimes em consórcio para aterro sanitário no Sertão
O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) deflagraram na manhã desta sexta-feira (8) a Operação Landfill, para desarticular uma suposta organização criminosa que teria causado um enriquecimento ilícito do ex-prefeito de Olho d’Água das Flores, Carlos André Paes Barretos dos Anjos, o “Nen de Humberto” (PL). O MPAL apura um dano de R$ 6 milhões aos cofres públicos de 18 municípios sertanejos, envolvendo o aterro sanitário em Olho d’Água das Flores.
A operação conta com o apoio da Promotoria de Justiça de Olho d’Água das Flores, da 2ª Promotoria de Santana do Ipanema e do Núcleo de Gestão da Informação (NGI) do MP de Alagoas, para buscar novas provas. O objetivo é desarticular por completo a organização criminosa que teria proporcionado o enriquecimento ilícito e o prejuízo aos cofres públicos, com a possível prática de fraudes à licitação, peculato e lavagem de capitais.
A fonte de recursos do esquema criminoso, segundo o MPAL, foram em licitações e contratos do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres), que opera o aterro sanitário das 18 cidades do Sertão de Alagoas.
Bens apreendidos
Na operação foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, dois em Olho d’Àgua das Flores, sendo um deles na residência do ex-prefeito, e outros quatro nos bairros da Ponta Verde e Benedito Bentes, em Maceió.
Visando um futuro ressarcimento ao erário e material para fins do complemento da investigação, foram apreendidos, R$ 42.525,00 em um dos alvos das buscas, cerca de R$ 12 mil em espécie em outro endereço, mais dois veículos sendo um Corolla e uma caminhonete Toyota 2020.
Também foram aprendidos dois notebooks, um Iphone 12 Pro, um Iphone 7, vários documentos constando registro de contratos e movimentação financeira.
De acordo com o Ministério Público, as investigações terão sequência com a análise das provas recolhidas e buscas de novos suspeitos e informações.
Outro lado
A reportagem fez contato com o ex-prefeito Nen de Humberto, em busca de seu posicionamento de defesa sobre as suspeitas de crimes apontadas pelo MP de Alagoas. E obteve a seguinte resposta: “Os advogados ainda não tiveram acesso ao que originou esse fato, mas isso é normal aqui e alhures. Mas informo que já fui ouvido nesse processo e apresentei os esclarecimentos solicitados. Assim que tiver ciência estou a disposição”, disse o ex-prefeito, ao Diário do Poder.