Literatura campesina de pés descalços de Paulina Chiziane ganha Prêmio Camões
Escritora é a primeira mulher africana a receber a mais alta honraria da literatura lusófona
A vida simples, um tanto agreste, de Paulina Chiziane pode até enganar quem não sabe da genialidade da escritora moçambicana, que aos 66 anos, foi honrada com o Prêmio Camões, o mais importante da lusofonia.
Escritora pioneira em seu país, Chiziane também é a primeira mulher africana a receber o laurel da literatura. Foi ela a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, o “Balada de Amor ao Vento”.
Este, apenas o primeiro de grandes obras que viriam, foi editado em 1990 e abriu as portas para seu romance mais conhecido “Niketche: Uma História de Poligamia”.
A romancista forma ao lado de dois conterrâneos, o trio dos únicos laureados pelo Camões em Moçambique. José Craveirinha, em 1991, Mia Couto, em 2013 e Chiznziane, neste 2021.
Em entrevista à agência de notícias portuguesa Lusa, Paulina diz-se surpresa com o título e questionou ao receber a notícia: “eu, por quê?”.
Enraizada em sua cultura simples, Paulina se define assim: “eu venho de lugar nenhum […] eu vim do chão, o reconhecimento para alguém que vem de lugar algum é, sem dúvida, uma inspiração para uma geração seguinte”.
Confira a íntegra da entrevista