Bolsonaro deve depor à PF na próxima terça sobre caso do cartão de vacina
Operação Venire investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve depor à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, sobre a suposta inserção de dados de vacinação falsos no sistema do Ministério da Saúde. O ex-presidente teria falsificado seu cartão de vacina para poder viajar aos Estados Unidos, segundo investigações da Operação Venire.
Desde a operação em sua casa, Jair Bolsonaro vem afirmando que não tomou nenhuma vacina contra Covid-19 e que da parte dele não houve nenhuma falsificação de documento. “Cartão de vacina: eu não tomei a vacina. Uma questão pessoal minha”, disse.
Deflagrada no dia 3 de maio, a operação cumpriu ordens de busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília. Além disso, foram presos no mesmo dia seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, seu assessor, Max Guilherme, e seu segurança, Sergio Cordeiro. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente chegou a ser intimado a depor no mesmo dia, mas a defesa alegou que a oitiva não poderia ocorrer pois não tinha tido acesso aos autos do processo.
No relatório da Polícia Federal que embasou a decisão de Moraes, é mencionado que “o prosseguimento da investigação identificou que a estrutura criminosa se consolidou no tempo, passando a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sua filha e os assessores do ex-Presidente da República, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro, além do próprio Mauro Cesar Cid”.