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Ibaneis critica decisão da Vara da Infância sobre aulas presenciais: “Justiça querendo governar”

Governador já afirmou que vai recorrer da decisão, ele tem o apoio do Sindicato dos Professores

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O diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, é contrário à medida Foto: Renato Araújo / Agência Brasília

O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha reforçou nesta segunda-feira (26), a posição do GDF contra a decisão da Vara da Infância e da Juventude (VIJ) a respeito do retorno das aulas presenciais na rede pública. “Vamos recorrer da decisão para trazer novamente para a sede da Secretaria de Educação, em parceria com os professores e educadores, a decisão sobre o momento adequado de voltar às aulas”.

No último sábado (24), a Procuradoria Geral do Distrito Federal havia informado que o governo iria recorrer da decisão. Ibaneis criticou a determinação imposta pela VIJ. “É muito simples para o MPDFT e para a Justiça determinar uma decisão dessa sem saber o impacto que isso vai ter na vida das pessoas”. E completou. “Essa é uma decisão que não caberia à Justiça. Mais uma vez é a Justiça tentando governar”.

Ibaneis destacou entre as demandas que precisam ser enfrentadas para o retorno dos alunos às salas de aula, a logística necessária para proteger a vida de alunos, professores e funcionários envolvidos. “A quantidade e mobilização é muito grande e sabemos que são muitos EPIs para contratar, comprar álcool em gel para toda a segurança dessas crianças. Então, são muitas coisas em avaliação”.

A decisão do Chefe do Executivo tem total apoio dos professores. O diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Samuel Fernandes classifica como irresponsável a determinação da Justiça. “Não temos condições sanitárias adequadas para um retorno presencial. Infelizmente, já perdemos muitos professores e familiares nessa pandemia. Um retorno presencial nesse momento, trará consequências desastrosas, aumentando o número de casos e de mortes para o coronavírus”.

No começo do mês, o secretário de Educação do DF, Leandro Cruz, havia afirmado que as aulas presenciais na rede pública só deveriam ser retomadas no ano que vem, por conta da pandemia. “Vamos garantir também, para que em 2021, quando retornarmos às aulas de forma presencial, a gente retorne com segurança. O novo normal que está aí, ele vai permanecer. O hábito de lavar as mãos, de higienizar as escolas, de ter uma rotina mais cuidadosa.”

A determinação para o retorno das aulas presenciais ocorreu na última sexta-feira (23), quando a Vara da Infância e da Juventude (VIJ) também estipulou o prazo de 20 dias para o retorno, e de cinco dias para o GDF apresentar o plano para que isso ocorra.

As aulas presenciais nas escolas públicas do DF estão suspensas desde 12 de março, para evitar a proliferação do novo coronavírus. Desde então as aulas ocorrem de forma remota, e por meio do programa Escola em Casa DF.

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