Juíza parcial

MP denuncia abuso de autoridade da juíza do caso Gusttavo Lima

Promotor pede "informações concretas antes de acusar alguém"

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Deolane e Gusttavo Lima são alvos de operação que investiga lavagem de dinheiro milionária Foto: Arquivo pessoal

O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado contra as decisões da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife (PE).

A magistrada é responsável por expedir os mandados de prisão do cantor Gusttavo Lima e da advogada e influenciadora Deolane Bezerra.

O MP-PE alega que a juíza cometeu abuso de autoridade e não apresentou imparcialidade na Operação Integration que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar envolvendo o cantor, a influencer e empresários ligados a empresas de apostas esportivas.

A informação foi confirmada durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (9), no Edifício Procuradora de Justiça Helena Caúla Reis, na área central do Recife.

Para o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Roberto Brayner, as decisões da juíza impactam negativamente a investigação.

“É necessário ter informações concretas antes de acusar alguém. A investigação deve ser aprofundada para esclarecer a origem e o destino do dinheiro movimentado. A gente respeita a magistratura, respeita a juíza. Acho que o judiciário tem uma função importante nessa hora, e tudo que a gente não quer nesse momento é alimentar um clima de rivalidade, de disputa”, destaca Brayner.

Roberto Brayner esclarece também que mesmo havendo indicações de operações atípicas segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), essas movimentações não constituem prova suficiente.

“O COAF informa uma operação atípica, uma operação suspeita. Mas ali você não tem a prova dos elementos objetivos e subjetivos que devem ser informados na denúncia”, complementa.

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