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Senadora Damares questiona a ausência do Estado nas áreas indígenas

A senadora Damares Alves diz que questiona o isolamento dos povos indígenas e relembra quando foi perseguida pela Funai

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A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) em entrevista para o Podcast do Diário do Poder, nesta terça-feira (23), falou sobre a causa índigena, mas principalmente sobre os povos Yanomami. 

Damares diz que questiona o isolamento dos povos indígenas e relembra quando foi perseguida pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) por acusações de sequestro e de interferência e colocar fim na cultura. A senadora trabalha com a causa indígena há 35 anos e foi a responsável por denunciar que os povos indígenas enterram crianças vivas portadoras de doenças e com deficiências por causa da cultura. 

“Eu não queria ter feito essa denúncia. Eu queria ter resolvido mas quando a Funai, ainda no governo PT do Lula, disse que tinha que me prender porque eu sequestro crianças e eu tinha que dizer o porque eu estava com as crianças. Eu não sequestrei! ela seria enterrada viva então eu tive que me defender falando o que ocorria nas etnias”, contou Damares.  

A senadora questiona o motivo do isolamento dos povos originários e o motivo pelo qual o Governo Federal não modifica a situação. “Porque o nosso indígena tem que ficar pelado no mato com uma pena na cabeça? porque nós temos que ter um grande zoológico humano no país? isso não cabe mais”. Damares ainda diz que os próprios antropólogos, principalmente os financiados por instituições estrangeiras, dizem para não tocar na cultura e deixá-los afastados. 

“Há muitos anos atrás os povos Yanomami estavam com frio em uma área próxima da Venezuela. Estavam com muito frio e morrendo de frio. Uma instituição filantrópica de São Paulo fez uma campanha e enviou cobertores para agasalhar os Yanomami. O cobertor chegou até a base da Funai, o órgão agradeceu e mandaram colocar fogo nos cobertores. Ao perguntarem o porquê  de não entregar os cobertores às crianças, responderam que não faz parte da cultura deles. Ou seja, o frio é cultura, proteger do frio não pode.”  Relata a senadora. 

 

Damares afirma que o “Estado fecha os olhos” para dificuldades e problemas que há na cultura dos indígenas. “É muito difícil para uma mãe Yanomami carregar dois filhos no colo, especialmente por eles serem nômades, então uma mãe não consegue carregar uma criança deficiênte nas costas e uma criança mais nova no peito. Por isso os Yanomamis enterram essa criança com deficiência”. A senadora diz que não conseguia aceitar a diferença de tratamento de uma criança “branca e da cidade” deficiênte ter assistência do Estado mas uma indígena não. “Tem escola para uma criança branca, da cidade e com autismo, albinismo e deficiente mas porque uma criança na aldeia com albinismo é enterrada viva?”. 

“Esse isolamento de manter culturas nocivas, eu me levantei contra e por muitos anos eu fui criticada pela esquerda”. A senadora conta que em 2007 criou um projeto de lei que protege crianças em risco de vida por conta da cultura, no entanto esse projeto nunca foi aprovado pela necessidade da interferência do Estado nas etnias. “Esse projeto sendo aprovado, eu vou precisar do Conselho Tutelar dentro das Aldeias e porque as ONGs não querem o Estado presente? porque o Estado não pode estar presente? para gente não ver os horrores que estão acontecendo lá”, critica Damares. 

Damares garante que é contra a ausência do Estado nas áreas indígenas e que os povos morram por falta de assistência. Sobre as imagens dos Yanomamis que repercutiram no final de 2022 em situação de desnutrição e risco de vida, a senadora afirma que aquela situação era antiga e que aceitou ser ministra do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro pela promessa da Funai ficar sob a responsabilidade de sua pasta. 

No entanto, a Funai ficou sob responsabilidade do Ministério da Justiça. “A esquerda trabalhou para tirar a Funai de mim. Eles diziam o seguinte: “Ela vai evangelizar os índios””.  Damares afirma que queria ser ministra para mudar a realidade dos povos indígenas. “Quando surgiram as imagens dos povos indígenas em janeiro de 2023, eles precisavam culpar duas pessoas: Damares e Bolsonaro. Eu tive risco de ser presa por genocídio”.  

A senadora disse para o Podcast que está pedindo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o dinheiro enviado para os povos Yanomamis no atual governo, visto que o aumentou os casos de morte na etnia.

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