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Damares aponta perseguição na ação contra Jordy

Senadora concedeu entrevista ao podcast do "Diário do Poder"

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A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) comentou sobre a ação da Polícia Federal (PF) em fazer uma busca e apreensão no gabinete do Líder de Oposição,Carlos Jordy (PL-RJ) e afirma que a invasão era para tomar posse do celular de Jordy, em entrevista para o Podcast do Diário do Poder, nesta terça-feira (23). 

Segunda a senadora, a PF foi em busca do telefone do deputado para ter acesso às conversas estratégicas de atuação da oposição. “O telefone de Jordy vale milhões para o governo. É de fato uma perseguição à oposição”, afirma. 

Damares relembra quando o senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi alvo de uma operação da Polícia Federal em junho do ano passado e teve computadores, pen drives e o telefone celular levados pelos agentes. A senadora diz que a oposição tem um grupo de mensagem para tratar de estratégias e quando pegaram o telefone de Marcos do Val se sentiu exposta. 

“Pegando o telefone do Carlos Jordy toda a oposição está exposta. Então é uma perseguição e o que aconteceu com o Jordy foi ruim.” destaca a senadora e ainda afirma que “Estão usando o poder judiciário para perseguir a oposição”. Damares diz que a oposição terá que se preocupar cada vez mais com isso e a gente vai ter que dar um freio ou a gente vai ter que chamar todos os poderes e dizer: Para! já deu e vamos zerar tudo e recomeçar”

A senadora acredita que se continuar com essa perseguição, quem estará perdendo é muito será o Brasil. “Quem vai perder muito é a população porque com essas brigas coisas sérias estão ficando para trás. Nós estamos em 2024 que é o ano em que nós vamos escrever o Plano Nacional da Educação e está tudo muito tenso. E agora vamos voltar dia 05 e vamos ficar quanto tempo brigando por causa do telefone do Carlos Jordy?”. 

Damares ressalta que é um “tempo e energias perdidas”, visto que há um período curto, para decidir o Plano Nacional de Educação para o país e logo após as eleições municipais se iniciam. “Vamos ter um semestre para fazer a entrega do Plano de Educação para o país e a gente fica brigando e cada vez mais há tensão e quem está perdendo lá na ponta é o povo”. 

Além disso, Damares se diz muito preocupada com as tensões entre os Três Poderes e que esperava mais do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. “O presidente Barroso por ser uma pessoa mais “centrada” eu achei que ele viesse e fosse buscar esse apaziguamento. Aí no dia 8 de janeiro o que a gente ouve em todos os discursos deles?! não apaziguamento”. 

E ainda ressalta que nos discursos da cerimônia “Democracia Inabalada” realizada no dia 8 de janeiro deste ano, para relembrar dos atos de vandalismo a um ano atrás, os ministros do STF discursaram “Não a anistia, não ao apaziguamento, não diálogo e não ao esquecimento”. Damares afirma que “aquele evento foi marcado pelo não” e ainda diz que aquele momento era “a oportunidade de virar a página”. Damares conclui dizendo que esperava apenas esse apaziguamento de Barroso, “mesmo que a gente tenha mágoas, mas vamos pensar no povo brasileiro”. 

A senadora ressalta a preocupação destas brigas atrapalharem o avanço de várias pautas como por exemplo a reforma do Código Penal, pauta pessoal que a fez ser eleita no DF. Além disso, Damares analisa que a ação da PF com o Carlos Jordy é um recado para a oposição: “Vai ser assim o ano inteiro e vai ser assim por muito tempo” e ela lamenta o que houve com o Jordy. 

 

“Pijama velho” 

Após a operação contra o Jordy, o medo de ter o seu gabinete e casa invadidos pela Polícia Federal se tornou cada vez mais intenso na vida de Damares. A senadora conta que “caiu a ficha” que pode acontecer o mesmo com ela quando sua filha perguntou com que look deveria usar para dormir. “Esses dias a minha filha falou assim: mãe com que look a gente vai dormir? Eu falei porque filha? e ela disse porque a polícia chega às 6 da manhã e se eles filmarem a gente com pijama velho e feio?”. 

Damares diz que só nesse momento caiu a ficha e percebeu que a filha estava há um ano dormindo apreensiva.  Na opinião da senadora, “é um absurdo deixar o gabinete de parlamentar ser revistado” e questiona onde estão os presidentes das Casas para tomarem uma atitude e reafirmar a imunidade dos parlamentares. 

 

A senadora Damares Alves (Rep-DF) Damares afirma que PF estava em busca de telefone de Carlos Jordy para expor a Oposição. (Foto: Diário do Poder).

 

De ministra à senadora 

Ao ser questionada se valeu a pena a troca de cargos e poderes, a senadora Damares diz que agora na atual posição se sente “empoderada”. 

“Agora eu posso ser autora da lei agora, posso fazer o orçamento da união e eu posso dizer tal dinheiro vai para a segurança. Então agora é diferente. Pela primeira vez eu sou a dona da minha decisão. Como ministra eu obedeci o governo e como assessora eu obedeci o parlamentar. Agora eu sou senadora, eu tenho a caneta”, explica Damares. 

Damares ainda diz que não se imagina retornando ao antigo cargo ou recuando, porém não quer ser um “martírio” para a política e quer ter qualidade de vida.

Expectativas para eleições 2026

A senadora Damares Alves acredita que para as eleições presidenciais em 2026, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não tem chance de se reeleger por ter pecado muito com a economia. Segundo a senadora, não existe nenhum presidente que tenha sido mal avaliado na economia tenha sido reeleito. “A economia foi para o saco, a reeleição também”, afirma Damares. 

Além disso, a senadora visualiza que os próprios eleitores que tornaram o Lula presidente pela terceira vez não vão suportar o peso do desemprego e dos valores altos dos alimentos. “Eu não acho que a esquerda seja reeleita”, afirma a senadora. 

Damares diz que há a necessidade de um nome de peso para as próximas eleições presidenciais. Ao ser perguntada se estaria disposta a ser esse nome, Damares diz que isso é um dos medos da esquerda por ela falar com povo e se identificarem com ela por causa de suas pautas defendidas como o abuso sexual e exploração infantil.  “A esquerda tem medo que eu esteja ali no processo”

No entanto, ela não se imagina como presidente, mas já é falado de Damares como vice-presidente de um grande nome para representar o público feminino e nordestino. “Tem ministros do governo Lula que falam que acham que eu vou ser essa mulher”. 

A senadora ressalta que acredita que a direita terá que fazer uma colisão e que todos vão ter que estar juntos, incluindo o centro-direita. “Vai ter que ser um pacto pelo Brasil”. 

Damares falou que ainda quer Bolsonaro como presidente mesmo com a possibilidade do judiciário o impedir por causa da inelegibilidade. “Ele ainda é o meu líder, ele é o nosso líder que inspirou toda uma geração a lutar contra tudo isso”, explica Damares. Além de Bolsonaro, Damares fala dos nomes de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, Ronaldo Caiado, governador do Goiás, e Romeu Zema, governador de Minas Gerais. 

Sobre Michelle Bolsonaro subir para a cadeira da presidência, Damares acredita que Michele ainda não está preparada para o executivo mas acha que “Michelle seria uma grande parlamentar e seria uma grande senadora”. 

Damares acredita que pautas que precisam de atenção como:pessoas com deficiência, doenças raras são a cara da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

 

No quadradinho

A senadora Damares comemora por estar em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais do Distrito Federal, mas afirma que não gostaria de vir para um pleito local. Damares afirma que sabe que pode ajudar no pleito nacional e garante que “mesmo sem ser candidata, vai se arrastar por este país e eu prometo para vocês que eu vou no maior número possível de lugares dizer as mazelas da esquerda”.  

Damares diz que o Distrito Federal tem bons nomes para 2026, por isso “não vai gastar tempo com DF” e vai se dedicar a influenciar nas eleições nacionais. “No meu quadradinho eu vou continuar senadora e vou continuar cuidando do meu quadradinho, mas vou me arrastar pelo país para mexer na eleição nacional”. 

E ainda garante que vai subir em todos os palanques do Brasil e vai influenciar nas eleições de 2026.

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