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Farra: estatais desperdiçaram R$83 milhões no ‘Janjapalooza’

O dinheiro foi destinado à Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI)

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Os cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia, ao lado da primeira-dama Janja Lula. (Foto: Reprodução/Instagram/@janjalula). Foto: Reprodução

Empresas estatais brasileiras, como Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (Caixa), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras, investiram até R$ 83,45 milhões na organização do G20 e do “Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza” que ficou conhecido como “Janjapalooza”.

O dinheiro foi destinado à Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) por meio de um acordo de cooperação internacional. Cada estatal se comprometeu a contribuir com até R$ 18,5 milhões, totalizando R$ 74 milhões, mas a Petrobras afirmou ter pago R$ 12,95 milhões.

A Itaipu Binacional, que não fazia parte do acordo, também contribuiu com R$ 15 milhões.

De acordo com o Ministério da Cultura, o valor total investido foi de R$ 77,3 milhões, provenientes das estatais e da Prefeitura do Rio. O governo alegou que não houve apoio de empresas privadas.

Os valores finais ainda estão sendo apurados pela OEI. As informações são do Estadão.

Os documentos obtidos indicam que o festival musical, o G-20 Social e a cúpula de líderes tiveram custos diferenciados. O festival estava orçado em R$ 28,3 milhões, enquanto o G-20 Social teria um custo de R$ 27,2 milhões. A cúpula de líderes, principal evento do G-20, teve previsão de R$ 13 milhões, sendo o de menor valor entre as atividades.

A OEI também cobraria uma taxa de administração de 8% sobre os recursos recebidos, o que poderia representar até R$ 5,4 milhões.

O detalhamento do orçamento revela que os gastos com o festival foram expressivos. A maior parte foi destinada à cenografia e infraestruturas (R$ 7,9 milhões) e à locação de equipamentos (R$ 5,1 milhões).

Além disso, a prestação de contas da OEI sobre os recursos destinados ao festival não apresentava informações completas, o que gerou questionamentos sobre o uso dos recursos públicos.

A primeira-dama Janja Lula da Silva esteve envolvida na organização do G-20 e na curadoria do festival musical, que foi chamado de “Janjapalooza” por uma pessoa da plateia, o que gerou um desconforto durante o evento.

O nome foi associado à primeira-dama, mas ela não gostou da alusão, corrigindo a pessoa em público. 

“Não, filha, é Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?”, respondeu Janja ao ouvir o apelido do evento prévio à reunião do G20 no Rio de Janeiro.

Embora a Petrobras tenha informado que não destinou recursos para o festival, o BNDES, o BB e a Caixa ainda estão em processo de análise final dos gastos, e a prestação de contas completa será divulgada quando o processo for concluído.

As estatais justificaram os aportes como investimentos em um evento de grande relevância global, com o objetivo de promover novos negócios e parcerias internacionais, além de reforçar suas políticas de desenvolvimento socioeconômico e sustentável.

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