Dallagnol diz que TSE quis agradar governo com sua cassação
Deputado acredita que Gilmar Mendes arquitetou a sua cassação
O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Pode-PR) declarou mais uma vez que sofreu uma vingança política e destacou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quis agradar o governo com a cassação do seu mandato.
“Vemos um governo de vingança e, mais uma vez, os ministros e pessoas que têm ambição de poder vão dançar a música que o governo toca. […] A disputa por vagas no Supremo Tribunal Federal é uma das mais acirradas do país e quem vai ser escolhido depende muito da voz do presidente. Muitas pessoas vão tentar agradar o rei da ocasião para conseguir seus favores e benesses”, disse o parlamentar em entrevista ao UOL.
Dallagnol afirmou ainda que mesmo sem ter provas, acredita que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, arquitetou a sua cassação.
“Eu escutei isso. É uma questão que não posso afirmar, eu não vou ter prova. Mas uma questão que pode ser dirigida ao ministro Gilmar Mendes e deve ser perguntado para ele se, no dia da minha cassação, no dia anterior, ele visitou gabinetes em Brasília, de outras pessoas, outros políticos, pessoas poderosas, para articular minha cassação. Essa é uma questão legítima que deve ser endereçada a ele. Se no dia da minha cassação ele visitou gabinetes com esse objetivo. Se ele ligou para ministros para buscar fazer com que o processo contra mim no Tribunal de Contas avançasse e não fosse barrado”, declarou.
O deputado disse também que não vai desistir da carreira política e que mesmo sendo difícil reverter a decisão do TSE vai se manter focado.
“Não vou desistir. Estou na política para fazer o melhor com os talentos que Deus me deu. Tirar o cargo da minha mão é tirar um instrumento de transformação, mas sigo com vários outros. Vou avaliar a melhor forma de usar aquilo que recebi. Neste momento, estou focado em manter este instrumento […] Acredito que é possível com a força da mobilização e da indignação das pessoas e da autoproteção do Parlamento contra a ingerência do TSE”, afirmou.