Com juros altos, renda fixa dispara e ganha a popularidade dos brasileiros

Além do Tesouro Direto, outros ativos de renda fixa, como debêntures incentivadas, certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA), também tiveram bom desempenho, movimentando R$ 1,96 bilhão em dezembro. O estoque do crédito privado aumentou 24,2%, totalizando R$ 7,59 bilhões.

Esse crescimento é atribuído à alta das taxas de juros, que tem levado os brasileiros a buscar alternativas mais seguras, especialmente após a fraca performance dos investimentos em renda variável.

“O investidor se sente frustrado com o retorno da sua carteira de ações e FIIs, e nota que a união está emitindo títulos em taxas elevadas, patamares historicamente raros. É importante lembrar que esse investidor também poderá se frustrar caso haja fechamento na curva de juros, tendo zerado sua posição em risco”, explica Marcos Valadão, sócio da Armada Investimentos.

Ainda segundo o especialista, a renda fixa também atrai pela previsibilidade e, em alguns casos, pela isenção de imposto de renda, especialmente em títulos ligados ao financiamento de infraestrutura ou agronegócio.

“Diferente do acionista, que possui um retorno variável de acordo com a geração de caixa e reinvestimentos da empresa, o credor possui o fluxo de caixa predeterminado e prioridade no pagamento. Ainda assim, no mercado de crédito privado, a análise de risco e diversificação são primordiais. Com taxas atrativas e maior conscientização financeira, o mercado de renda fixa segue consolidando sua posição como importante mecanismo de liberdade financeira”, finaliza.