Velho conhecida

Do verde para os gramados secos: período de seca chega para valer no DF

Nesta sexta, umidade relativa do ar atingiu os 20%; período só se encerra nos últimos meses do ano

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O Eixo Monumental de Brasília antes do período de seca e nesta sexta (5), em plena estiagem - Fotos: Gabriela Veras/Rádio BandNews FM Brasília.

Todo ano o cenário é o mesmo: os inúmeros canteiros que embelezam Brasília, a cidade-parque, se transformam do verde vivo para gramados secos. As inevitáveis comparações entre as épocas do ano são impressionantes.

O brasiliense já sabe que é só entrar maio para a umidade relativa do ar começar a cair, piorar na chegada do inverno, e só voltar a melhorar nos últimos meses do ano, quando a capital volta a ver nuvens carregadas de chuva. No ano passado, foram 82 dias seguidos de seca — número menor que os 127 dias registrados em 2017.

Nesta terça (2), a umidade chegou a 20% — o que se repete nesta sexta (5). Neste sábado (6), o índice melhora um pouco, com 35%, mas volta a cair no domingo e na segunda, quando a umidade mínima é estimada em 30% pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Em agosto do ano passado, um dos meses mais críticos do período de seca no DF, a umidade relativa do ar chegou a cair para 10%, um dos menores da história da capital. O índice fica próximo ao registrado no deserto do Saara, na África.

O fenômeno é uma característica comum à região central do país. Assim como o clima é um velho conhecido, as consequências trazidas por ele também são, principalmente quando o assunto é doença respiratória, facilitada pela combinação de baixas temperaturas com a diminuição da umidade do ar.

Por ser mais difícil umidificar as vias aéreas, é comum o aumento de casos de gripe, rinite alérgica e asma, por exemplo. O aumento das partículas de poeira no ar também contribuem com o maior número de problemas respiratórios.

Para não dizer que a seca só traz notícias ruins, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal espera que o número de casos de dengue diminuam na capital. Neste ano, foi registrado o maior número de casos notificados de dengue da história do DF, o que torna a notícia ainda melhor. Cerca de 17 mil casos já foram notificados só neste ano.

Queimadas

Desde maio, o Distrito Federal está em estado de emergência ambiental. Com a assinatura do decreto pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), todos os órgãos do GDF ficam em alerta de prevenção e combate a incêndios florestais no período da seca.

Até novembro, quando as chuvas mais intensas voltam a cair na capital, órgãos públicos que integram o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais devem adotar as medidas necessárias para prevenir e minimizar as ocorrências e os efeitos das queimadas.

De acordo com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), no ano passado, o maior volume de área queimada se deu entre julho e setembro, quando as temperaturas estão mais altas e a umidade do ar diminui.

No total, durante todo o ano de 2018, o órgão mapeou 1.715,46 hectares de área queimada, com 505 Registros de Incêndios Florestais (RIF). Foram registradas e mapeadas áreas queimadas em 55 parques e unidades de conservação do IBRAM.

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