No DF, queda na taxa de desemprego evidencia retomada econômica
Secretaria do Trabalho criou dois programas para qualificar mão de obra
De olho no reaquecimento da economia, atestado em recentes pesquisas da Codeplan e do Dieese, o governo do Distrito Federal investe na formação de mão de obra qualificada, preparada para conquistar uma colocação no mercado.
O levantamento registrou queda de 2,5 pontos percentuais na taxa de desemprego entre março de 2021 e de 2022, além da absorção de 40 mil pessoas em no mercado de trabalho, entre outros indicadores.
Sob a perspectiva de capacitar trabalhadores, a Secretaria do Trabalho criou dois programas direcionados a ensinar um ofício a quem procura o primeiro emprego ou para quem quer voltar a ter a “carteira assinada”.
“O governo tem contribuído com o reaquecimento econômico, principalmente, com a criação do ambiente favorável para que as pessoas possam investir e acreditar no próprio negócio. Também se destaca a grande frente de qualificação profissional promovida nos últimos anos e o pacote de obras por todo o DF que estimula o emprego direta e indiretamente”, afirmou Thales Mendes Ferreira, secretário do Trabalho.
Lançado em agosto de 2021, o RenovaDF incentiva a formação profissional ao mesmo tempo em que recupera equipamentos e espaços públicos. Pelo programa já passaram 4.432 pessoas, que concluíram a formação com aulas práticas. Mais 3,5 mil pessoas se inscreveram para o quinto ciclo do curso, que iniciou em abril deste ano.
Os alunos recebem auxílio no valor de 1 salário mínimo, além de vale-transporte e seguro contra acidentes pessoais. O ciclo aborda técnicas de alvenaria, carpintaria, elétrica, hidráulica, jardinagem, paisagismo, pintura, serralheria e segurança no ambiente de trabalho.
Já o programa Qualifica DF, lançado em agosto de 2020, oferece gratuitamente cursos profissionalizantes. Em 2022, a proposta é alcançar 24 mil vagas para quem busca aprender um ofício. Hoje, 12 mil alunos fazem cursos nas áreas de agronegócio, comércio, serviços, saúde e informática e outras 45 ocupações. A escolha pelas profissões para capacitação foi feita a partir de uma análise da pasta em relação às vagas que mais aparecem no banco de intermediação das 14 agências do trabalhador.
Impacto
Também sintonizada na retomada da economia, sinalizada pela entrada de 40 mil pessoas no mercado de trabalho, a rede de agências do trabalhador do Distrito Federal é um importante instrumento para quem está atrás de emprego.
É lá que empresas dos mais variados segmentos buscam mão de obra para seus quadros de pessoal. Em 2021, as 14 unidades colocaram 16.212 vagas à disposição dos candidatos a um posto de trabalho. Neste ano, entre janeiro e março, foram oferecidas 3.181 oportunidades.
Joelma Alves, de 39 anos, foi contratada como operadora de teleatendimento, em fevereiro deste ano, após cinco anos desempregada. Segundo ela, que é mãe de quatro filhos, foi um período difícil. “Foram anos muito duros, eu não conseguia emprego de jeito nenhum. Depois, meu esposo ficou sem trabalho também e aí quase não dava pra comprar o básico”, lembra.
Mas tudo mudou quando ela foi à agência do trabalhador no Sol Nascente. “Me trataram superbem. Me mostraram que daria, sim, pra mudar de situação. No mesmo dia, me chamaram para uma entrevista. Fiz o processo e fui selecionada. Fiquei feliz demais, foi uma festa aqui em casa”, celebra Joelma.
Para a gerente da agência do trabalhador da Estrutural, Betânia Vaz, oferecer apoio aos candidatos faz parte do trabalho. Além da indicação para vagas, conforme o perfil do interessado, há sugestões de capacitações e incentivos para continuar na busca.
“Sempre falamos aos candidatos para voltar e nos dar o feedback da seleção, mesmo se não conseguir. Então, queremos saber se deu certo, para ficar feliz junto. Se não deu, tudo bem, tem que continuar tentando”, diz Betânia.