Desinformação causou adiamento do projeto do aborto, diz autor

Superior à pressão governista sobre o presidente da Câmara dos Deputados,  Arthur Lira (PP-AL), é a corrente de desinformações que circulam sobre o projeto que equipara o aborto ao crime de homicidio. Essa é a avaliação do autor da matéria, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice presidente da mesa diretora da Casa de Leis.

Perguntado sobre os fatores determinantes para a decisão do presidente da Casa de postergar para o segundo semestre a deliberação da proposta, ele afirmou que não atribui a mudança na agenda legislativa ao Palácio do Planalto: “Não creio que seja [a pressão] do governo, mas as desinformações sobre o pl”. 

Depois que o ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, deglarou resistência contra o projeto de lei, por meio de declarações à imprensa, militantes passaram a lotar os correrdores da Câmara dos Deputados com protestos e ganharam a adesão de grandes veículos de comunicação.

A ala ‘centrista’ do Partido Liberal concorda com o adiamento da discussão da matéria. Em off, um deputado do partido disse ao Diário do Poder que na pressa por dar uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), o autor deixou de acrescentar o estabelecimento de políticas públicas que reforcem a prevenção ao aborto na sociedade.

Apesar do adiamento da discussão, o presidente Arthur Lira enfatizou que a matéria não implica em danos às mulheres e defendeu o mérito da proposta. “Quero reafirmar, com muita ênfase, que nada nesse projeto irá retroagir nos direitos já garantidos e nada irá avançar que traga qualquer dano às mulheres”.