União atesta emergência

Maceió mantém alerta máximo com tremor em mina que abrirá cratera

Sábado tem novo tremor em área da mina nº 18 da Braskem, que segue desmoronando à beira da Lagoa Mundaú

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Senador Rodrigo Cunha e o prefeito JHC monitoram com Defesa Civil dados sobre tremores em Maceió (Foto Secom Maceió)

Com afundamento acumulado de quase dois metros em uma das 35 minas escavadas pela Braskem para extrair sal-gema na capital alagoana, Maceió mantém alerta máximo na Defesa Civil, após registrar novo tremor de terra na madrugada deste sábado (2), na região da mina 18. Ontem (1º), a União reconheceu o decreto de emergência emitido pelo prefeito João Henrique Caldas, o “JHC” (PL). E o poço de extração segue colapsando e deve formar uma cratera  ainda sem dimensões previstas com base em dados científicos.

Ao reforçar o alerta na manhã de hoje, a Defesa Civil de Maceió reforçou a recomendação clara para a área de risco do entorno na região do antigo campo do CSA, no Mutange, um dos cinco bairros destruídos com 60 mil vítimas expulsas de suas casas desde os terremotos mais intensos de 2018.

Casas destruídas pelo afundamento do solo causado pela Braskem, no bairro do Farol, em Maceió. Foto: Itawi Albuquerque/Cortesia

“A população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas”, diz a nota da Defesa Civil.

O Diário do Poder corrigiu esta matéria, atualizada após a Prefeitura de Maceió desmentir a informação amplamente divulgada pela imprensa, atribuída à Defesa Civil de Alagoas, de que o processo de colapso da mina 18 de extração sal-gema da Braskem poderia abrir uma cratera com 150 metros de raio, com potencial de engolir um estádio do tamanho do Maracanã. “A informação é especulação e não tem base científica”, informou a Prefeitura.

Esforços de emergência

Por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa, o Governo Federal reconheceu a situação de emergência decretada pelo prefeito JHC em Maceió. O decreto é válido por 180 dias na capital alagoana, e assegura que a gestão municipal está apta a solicitar recursos para ações de assistência humanitária.

O desastre já afundou e destruiu milhares de imóveis dos bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol. Após protestos de moradores de áreas ainda não evacuadas no entorno do Mutange durante o dia de ontem, à noite o prefeito JHC e o senador Rodrigo Cunha (União-AL) reuniram-se com os moradores do Bom Parto para esclarecer dúvidas e dialogar com a população sobre o risco iminente de colapso na região do Mutange.

“Me reuni com os moradores do Bom Parto e o senador Rodrigo Cunha para juntos buscarmos uma solução. A nossa função aqui é dialogar. Agradeço ao senador que hoje durante todo o dia esteve em contato com as nossas equipes, fez atos importantes na República e isso é fundamental para a gente priorizar o que se precisa nesse momento”, disse JHC.

“Conversei com o ministro Waldir Goes, com vários representantes da Defesa Civil, para que a gente possa dar tranquilidade às pessoas e demonstrar que, aqui em Maceió, ninguém foi pego de surpresa. A Defesa Civil está preparada para alertar as pessoas e salvar vidas”, avaliou o senador Rodrigo.

A matéria foi atualizada para corrigir o número de minas escavadas pela Braskem.

Veja a nota da Defesa Civil de Maceió:

A Defesa Civil de Maceió informa que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,56 cm e a velocidade vertical é de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 13cm nas últimas 24h.

Foi registrado na região da mina n°18 um sismo com magnitude de 0,89 a cerca de 300 metros de profundidade na madrugada deste sábado(2).

O órgão permanece em ALERTA MÁXIMO devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.

 

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