Resistência da oposição

Ditadura de Maduro prende opositor por articular posse de González

Ex-candidato a presidente Ènrique Márquez foi acusado de golpe com posse paralela ao do ditador da Venezuela

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Enrique Márquez é opositor do ditador Nicolás Maduro, na Venezuela (Foto: Reprodução X)

O regime ditatorial de Nicolás Maduro, na Venezuela, prendeu o ex-candidato à Presidência, Enrique Márquez, do partido Centrados, pela acusação de tentar “golpe de Estado”, por articular uma posse paralela do opositor Edmundo González, a partir de alguma embaixada venezuelana no exterior. Na tarde de ontem (8), a esposa de Márquez, Sonia, denunciou o sequestro do marido, no dia anterior.

A posse de Maduro está marcada para esta sexta (10) mesmo sem a exposição de atas eleitorais que comprovem sua vitória sobre González. E Grupos da oposição convocaram manifestações para hoje (9).

“Já se passaram 24 horas desde que meu marido, Enrique Márquez, foi sequestrado por grupos paramilitares que, usando a força como lei, pretendem silenciar e intimidar aqueles de nós que queremos um país melhor e temos uma visão diferente”, informou, Sonia Lugo Márquez, no perfil do esposo, na rede social X.

Edmundo González, líder do grupo oposicionista Plataforma Unitária, prometeu comparecer à Venezuela para tomar posse como presidente, no mesmo dia da posse de Maduro. E acusa o ditador venezuelano de fraudar a eleição presidencial de 28 de julho de 2024.

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou a alegação da ditadura de Maduro para a prisão de Enrique Márquez, acusado de articular um golpe de Estado e formar um governo paralelo.

“Como o senhor [González] não pode vir aqui, ou não quer vir aqui, vão se reunir cinco criminosos na sede de uma embaixada estrangeira e lá vão juramentar Edmundo porque ele está em território venezuelano. O responsável por isso se chama Enrique Márquez. Parte do golpe de Estado que eles querem realizar na Venezuela. Não há anjos aqui, menos entre os opositores”, acusou o ministro do ditador Maduro.

Apoio no exterior, perseguição na Venezuela

Enrique Márquez denuncia, desde a votação que deu a reeleição a Maduro, a falta de transparência na divulgação dos resultados eleitorais. E, assim como Edmundo González, recebeu apoio internacional, como o do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que ameaçou faltar à posse de Maduro, por causa da prisão de Márquez e do diretor da organização não governamental (ONG) Espaço Público, Carlos Correa, também preso na terça (7).

“Assim como nosso amigo Enrique Márquez, um destacado progressista venezuelano, Carlos Correa, um destacado defensor dos direitos humanos na Venezuela, foi preso. Esse e outros fatos impedem minha presença pessoal na cerimônia de posse de Nicolás Maduro”, afirmou o presidente colombiano em uma rede social, prometendo preservar relações com a Venezuela.

Edmundo González tem sido recebido por chefes de Estado de democracias como Joe Biden, nos Estados Unidos; Javier Milei, na Argentina, e Luis Lacalle Pou, no Uruguai. E também denunciou que a ditadura de Maduro atentou contra sua família. O genro do candidato a presidente, Rafael Tudares, foi sequestrado enquanto levava os filhos para a escola.

“O desaparecimento forçado do meu genro, Rafael Tudares, continua. Não há informações sobre sua localização ou condição física. Condeno veementemente a violação dos direitos humanos, tanto de Rafael como daqueles que desapareceram nos últimos dias”, publicou o opositor de Maduro, hoje. (Com ABr)

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