Cerco armado a Bolsonaro contrasta com prisão discreta de Lula
Armamento pesado e viaturas da PF foram ostentados na busca por cartão de vacina de ex-presidente, mas Lula deu chá de cadeira e foi preso em viatura descaracterizada
A exibição de armamento pesado e viaturas caracterizadas da Polícia Federal (PF) no cerco à casa de Jair Bolsonaro (PL) marcaram o cumprimento de mandado de busca e apreensão de dados relativos ao cartão de vacinação do ex-presidente da República e de sua família, no âmbito da Operação Venire, na manhã desta quarta-feira (3), em Brasília. E evidenciou a diferença de tratamento dado ao atual presidente Lula (PT), quando este foi preso por corrupção, em 2018, em viatura descaracterizada e sem alarde.
Bolsonaro teve o condomínio para o qual se mudou na capital federal alvo de um cerco armado e ostensivo da PF, e recebeu os agentes federais em casa. Ele afirmou estar surpreso com a operação, já que o alvo seria um esquema de fraude ao seu cartão de vacinação contra covid-19. Enquanto reafirmou nunca ter se vacinado nem forjado vacinação para poder entrar nos Estados Unidos, como suspeita a investigação.
Em 7 de abril de 2018, após dois dias de descumprimento do mandado de prisão decretado pelo senador e então juiz da Lava Jato Sérgio Moro (União-SC), Lula finalmente “se entregou” à PF.
Antes de ser preso de forma discreta, em viatura descaracterizada, sem cerco armando ao local onde o petista se refugiou para descumprir a ordem de prisão, Lula se abrigou no do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo. E chegou a sair para fazer comício diante de apoiadores, e até missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faleceu em fevereiro daquele ano e completaria 68 anos no dia da prisão pelas condenações já anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).