Abin diz colaborar com investigação de espionagem que mirou até o STF
Ministro Alexandre de Moraes mandou prender dois servidores, afastou secretário da Abin, e PF encontrou 171,8 mil dólares
Alvo da Operação Última Milha, que prendeu hoje (20) dois servidores e afastou secretário que é o terceiro na hierarquia do órgão, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que contribui com a investigação que identificou o uso ilegal de sistema de geolocalização de telefonia móvel, para espionagem contra adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e até teria monitorado jornalistas e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na operação, a Polícia Federal encontrou US$ 171,8 mil com um dos alvos.
Em nota, a Abin informou que o sistema de geolocalização comprado em 2018, no governo de Michel Temer (MDB), passou por correição extraordinária em fevereiro deste ano de 2023, conduzida pela sua Corregedoria-Geral. A Agência ainda diz que, desde 21 de março, foi instaurada sindicância interna para investigar suspeitas de uso ilegal do sistema por servidores.
“Todas as requisições da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmente atendidas pela Abin. A agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações. A Abin vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados. A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da Abin reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito”, disse a Abin, na nota.
Por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, foram presos os servidores da Abin Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. E ainda foi determinado o afastamento do secretário da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, e de outros quatro servidores do órgão.