Cinco anos na inércia

PF prioriza investigação da Braskem por destruição de bairros de Maceió

Nova superintendente em Alagoas busca dados no MPF e anunciou delegado que investigou tragédias de Mariana e Brumadinho

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Tragédia geológica fez mais de 60 mil vítimas que tiveram seus imóveis afetados pela mineração da Braskem. Foto: Reprodução Cícero Albuquerque/Acta/Arquivo

A nova superintendente da Polícia Federal (PF) em Alagoas, delegada Luciana Paiva Barbosa, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que prioriza o inquérito que investiga a destruição de cinco bairros de Maceió pela Braskem. O empenho da nova chefe da PF no estado foi exposto na tarde de segunda-feira (10), quando a delegada aproveitou uma visita institucional para pedir ao MPF informações atualizadas sobre o caso que destruiu os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol.

Ao ser recebida pela  procuradora-chefe, Roberta Bomfim, Luciana Paiva recebeu do MPF esclarecimentos sobre todas as atuações judiciais e extrajudiciais da Procuradoria da República em Alagoas nos últimos cinco anos, desde os tremores de terra de 2018, que marcaram a evolução da destruição que afetou 60 mil moradores da capital de Alagoas.

MPF detalhou atuação no caso do desastre geológico para nova chefe da PF em Alagoas, delegada Luciana Paiva. Foto: Ascom MPF/AL

“O MPF reiterou a complexidade do caso e a importância de que a investigação no âmbito criminal se dê com robustez de provas, mostrando-se à disposição para agendas específicas sobre o tema”, disse o MPF, ao detalhar o encontro, nesta quarta-feira (12).

MPF pede prioridade desde 2019

A superintendente da PF estava acompanhada do delegado federal Rodrigo Bittencourt, quando foi recebida pela chefe do MPF e também pelo procurador da República Gino Lobo e pela procuradora da República Juliana Câmara. Luciana Paiva assumiu o comando da PF em Alagoas anunciando que busca uma solução para o inquérito que investiga a Braskem, trazendo um dos delegados que apuraram a responsabilidade sobre desastres geológicos em Brumadinho e Mariana, no Estado de Minas Gerais.

O MPF considera muito importante a notícia de que Inquérito Policial sobre o caso, instaurado por requisição do MPF desde 2019, será visto como prioridade dessa nova gestão da PF, com a destinação de equipe específica para o desenvolvimento efetivo de diligências, uma antiga demanda do MPF.

Reparação de danos

Por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, a empresa petroquímica já desembolsou mais de R$ 3,4 bilhões em indenizações, auxílios financeiros e honorários de advogados. E ainda que tem cumprido acordo socioambiental, firmado em dezembro de 2020 com o Ministério Público Federal, com participação do Ministério Público Estadual.

O Diário do Poder lembra que a Braskem ainda não admite sua culpa pela destruição e nem pede desculpas aos maceioenses pelo desastre na capital alagoana.

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