Corrupção hermana

Vice-presidente da Argentina depõe durante sete horas

Boudou é investigado pela compra da Ciccone, produtora de papel moeda

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O vice-presidente argentino, Amado Boudou, prestou um depoimento de sete horas nesta segunda-feira em meio ao processo em que responde por corrupção, conhecido como “Caso Ciccone”. “O que se abordou hoje foram aspectos técnico-jurídicos da causa. Vou ampliar meu depoimento. Guardei as questões políticas para as próximas declarações”, disse, ao deixar o tribunal.

Boudou é investigado por corrupção e por gestões “incompatíveis com sua função” quando era ministro da Economia, quando teria impedido a falência da empresa Ciccone, hoje Companhia de Valores Sul-Americana, que imprime papel moeda. A acusação sustenta que, no período em que Boudou era ministro da Economia, comprou, ao lado de um sócio, 70% da empresa, com o intuito de “negociar com o Estado a impressão de notas e documentos oficiais”. A empresa que adquiriu a Ciccone era presidida, na realidade, por um laranja, que teria desfrutado de sua influência para cancelar os débitos da sociedade com o fisco.

Boudou ratificou, durante o depoimento, sua inocência e negou qualquer ligação com a sociedade que controla a empresa. O controverso político, conhecido por colecionar motos e guitarras, é o primeiro vice-presidente em exercício a ser convocado pela Justiça a depor.

O juiz federal responsável pelo caso, Ariel Lijo, se reuniu com o papa Francisco, que é argentino, no Vaticano em 6 de maio. Durante o encontro, o religioso teria respaldado os julgamentos de funcionários públicos acusados de corrupção. Ansa

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