Rio-2016

Todas as cidades estão sob a ameaça terrorista, alerta Hollande

Para presidente da França, nenhuma cidade do mundo está protegida

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O presidente da França, François Hollande, alerta que nenhuma cidade do mundo está protegida de um atentado terrorista e aponta que todos os governos devem ter consciência disso ao realizar grandes eventos internacionais.

Em visita ao Rio para promover a campanha de Paris para os Jogos de 2024, o francês foi alvo de diversas questões relativas à estratégia que poderia usar para convencer os membros do Comitê Olímpico Internacional a votar pela capital do país, mesmo depois de uma série de ataques terroristas.

"A França é capaz de organizar grandes eventos, como Eurocopa, Volta da França e tantos outros. Temos as condições de dar segurança dentro e fora dos estádios", insistiu.

Hollande, porém, apontou que Paris não é a única a estar ameaçada, justamente num dos eventos que começa nesta sexta-feira no Rio de Janeiro marcado pelo maior contingente de segurança da história do País.

"O mundo todo está sob ameaça. Nenhuma cidade está protegida", indicou. Nos últimos meses, Paris foi alvo de dois atentados, além de outros em Nice e no norte do país. O governo francês pediu a ajuda das autoridades brasileiras para reforçar a segurança dos atletas da França, de escolas francesas espalhadas por algumas das cidades e até mesmo em locais de festa.

Na Sociedade Hípica, no Rio de Janeiro, a entrada para um verdadeiro pavilhão da França é controlada com rigor. Em entrevista nesta semana à Rádio Estadão, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, indicou que Hollande estaria sendo alvo do "nível máximo" de segurança no Brasil. "Todas as cidades têm de se proteger. Essa ameaça não vai desaparecer naturalmente", insistiu Hollande.

Político, o francês tentou até mesmo reverter o fato de ter sido alvo de quatro atentados em menos de dois anos para apontar que Paris hoje "sabe melhor que os outros" sobre como montar um esquema de proteção. "Soubemos nos proteger nos grandes eventos. Talvez sejamos melhores que outros", indicou. Para 2024, Paris concorre contra Los Angeles e Budapeste, em um decisão que será tomada em 2017.

Para Hollande, excluir Paris da corrida por conta dos atentados mandaria uma mensagem equivocada. "Qual seria o recado de excluir um país que sofreu um atentado?", questionou, apontando para o fato de que isso seria uma vitória dos terroristas. "Não estamos pedindo compaixão", insistiu.

Em sua quarta tentativa de sediar a Olimpíada, Paris ainda apontou que receber o evento em 2024 significaria a volta dos Jogos para a cidade, depois de cem anos.

Num esforço para tranquilizar o COI em termos financeiros, Hollande também garantiu que o estado francês dará toda suas garantias e que "assumirá suas responsabilidades".

O controle de gastos também promete ser um aspecto de Paris. "Teremos um dossiê controlado financeiramente, equilibrado e com possibilidades de lucros", insistiu. (AE)

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