Caso Rodrimar

Temer diz que fez negócios no ramo imobiliário e de construções com Yunes

'A longa amizade criou um grau de confiança entre nós', disse à PF

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Em resposta às perguntas elaboradas pela Polícia Federal na investigação que apura um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos, o presidente Michel Temer afirmou que já realizou negócios com o advogado e ex-assessor da Presidência da República José Yunes.

“Como o dr. José Yunes, durante algum tempo, além de advogado, dedicou-se ao ramo imobiliário e de construções, realizei alguns poucos negócios nesta área por seu intermédio”, afirmou Temer, destacando que, em sua visão, a pergunta sobre possíveis negócios com Yunes é “impertinência em face do objeto do inquérito”.

A PF enviou 50 perguntas ao presidente no âmbito do inquérito sobre o decreto dos Portos. O presidente respondeu nesta quinta-feira, 18, por escrito. O inquérito, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.

A PF indagou de Temer se teve conhecimento sobre o caso no qual, supostamente, o corretor Lúcio Funaro mandou entregar recursos financeiros para José Yunes.

O presidente responde que soube disso por meio da imprensa e, posteriormente, por meio do próprio Yunes, que negou ‘enfaticamente’ os fatos.

A origem, os valores e o destino destes supostos recursos também foram interrogados pela PF, mas Temer não responde a estas questões, uma vez que diz que o possível repasse foi negado por Yunes.

Temer ainda nega que tenha solicitado a Yunes, ou a Loures, ou ao coronel João Baptista Filho que recebessem recursos em seu nome em retribuição pela edição de normas contidas no Decreto dos Portos, quando a PF pergunta especificamente sobre estes nomes, e uma possível retribuição pela edição de normas contidas decreto.

“Reitero a agressividade, o desrespeito e, portanto, a impertinência, por seu caráter ofensivo, também dessa questão, tal como das anteriores”, completa Temer.

O presidente também precisou esclarecer sobre sua relação com Yunes.

“A longa amizade criou um grau de confiança entre nós, de maneira que o sr. José Yunes me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos”, disse o presidente. (AE)

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