Sandro Mabel é o quarto auxiliar direto de Temer a deixar o governo

O ex-deputado do PMDB Sandro Mabel pediu demissão na noite desta terça-feira (23) ao presidente Michel Temer. Ele era um dos assessores de Temer e ajudava o governo na interlocução com o Congresso Nacional e com empresários.

Segundo Mabel, ele atuava como uma espécie de auxiliar do governo Temer, sem receber salário por isso.

Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam ainda que Sandro Mabel era um dos interlocutores do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto ao governo, principalmente durante o processo de cassação do ex-presidente da Câmara. O agora ex-assessor de Temer nega.

Citado na delação da Odebrecht na Operação Lava Jato, Mabel está na mira do Ministério Público Federal. Segundo o procurador da República Helio Telho, o MPF de Goiás requisitou, na semana passada, a instauração de um inquérito policial para apurar supostos pagamentos ilícitos feitos, em 2010, por ex-executivos da empreiteira ao então deputado federal.

O valor seria de R$ 100 mil, pagos por meio de recursos não contabilizados, mas registrados no sistema "Drousys", usado para contabilizar pagamentos em propina da empreiteira. Para o procurador Helio Telho, responsável pelo caso, os fatos indicam suposta prática de corrupção.

No entanto, Mabel nega que sua demissão tenha a ver com a Lava Jato. Ele afirma que já tinha combinado sua saída desde dezembro do ano passado. Agora, declarou, a cobrança da família pesou na decisão de deixar o governo.

Com Mabel, já chega a quatro o número de auxiliares diretos de Temer que deixaram o governo recentemente. Além dele, saíram José Yunes, Rodrigo Rocha Loures e Tadeu Filippelli. Este último foi preso ontem pela Polícia Federal por suspeita de desvios de recursos nas obras do Estádio Mané Garrincha para a Copa de 2014 quando ele era vice-governador do Distrito Federal. Ainda em novembro do ano passado, Temer já havia perdido Geddel Vieira Lima, que era ministro da Secretaria de Governo.