Crise econômica

Rombo nas contas externas soma US$ 6,9 bilhões

Banco Central esperava um déficit de R$ 6 bilhões

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Após um rombo de US$ 5,736 bilhões em março, o déficit das transações correntes somou US$ 6,901 bilhões em abril. A projeção do Banco Central para a conta corrente de abril era de um saldo negativo de US$ 6 bilhões. Os números levam em conta a nova metodologia do BC para as estatísticas de Setor Externo. Com as mudanças adotadas pela instituição, a série histórica foi reduzida e há dados disponíveis somente a partir de janeiro de 2014. Anteriormente, as informações iam até 1947. 

No acumulado dos últimos 12 meses até abril deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 100,225 bilhões, o que representa 4,53% do Produto Interno Bruto (PIB). No quadrimestre, o rombo nas contas externas soma US$ 32,462 bilhões. 

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou que o resultado das contas externas em abril teve um comportamento muito semelhante ao apresentado ao longo do primeiro trimestre do ano, com os déficits menores do que os verificados em meses paralelos de 2014. Em abril de 2014, o saldo havia ficado engativo em US$ 9,190 bilhões.

Maciel lembrou que a projeção da instituição para o ano é de um rombo de US$ 84 bilhões, menor do que o saldo negativo de US$ 104,8 bilhões verificado no acumulado do ano passado. O técnico ressaltou também que, no acumulado de 12 meses, o saldo negativo caiu de US$ 104,8 bilhões no encerramento de 2014 para US$ 100,2 bilhões no acumulado até abril deste ano. "Estamos em trajetória consistente com a nossa projeção de fim de ano", considerou.

O chefe de departamento fez questão de enfatizar também que o financiamento desse rombo continua ocorrendo por meio do Investimento Direto no País (IDP), o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED). "O resultado do IDP veio superior a nossa estimativa, muito embora o IDP venha mostrando arrefecimento", disse. 

O déficit de abril ficou dentro das expectativas colhidas pela Agência Estado, que iam de saldo negativo de US$ 5 bilhões a US$ 7,5 bilhões, e foi maior que a mediana, negativa em US$ 6,750 bilhões. A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 280 milhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,514 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária em US$ 3,748 bilhões. 

Lucros e dividendos. A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,358 bilhões em abril. A saída líquida ficou menor do que os US$ 4,073 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do primeiro quadrimestre, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 5,027 bilhões. O resultado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 8,992 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,410 bilhão em abril ante US$ 1,266 bilhão em igual mês do ano passado. No ano até abril, essas despesas alcançaram US$ 8,437 bilhões, valor maior que os US$ 7,777 bilhões de igual período do ano passado. 

Investimento. O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 3,765 bilhões em abril. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido menor, de US$ 555 milhões. No primeiro quadrimestre do ano, somou US$ 7,966 bilhões. Para o ano completo, o BC projeta de que a aplicação nesses papéis somem US$ 13 bilhões. 

Já na renda fixa, o saldo de investimento estrangeiro em títulos negociados no País ficou positivo em US$ 3,504 bilhões em abril e positivo em US$ 20,174 bilhões no acumulado de 2015 até o mês passado. Para o ano todo, o BC projeta que essa conta fique positiva em US$ 26,5 bilhões. 

O aumento da procura por esses títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre esse tipo de aplicação. Mais recentemente, o atual ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros. (AE)

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